O Escândalo

Resenha por Miguel Barbieri Jr.

A maquiagem e os cabelos, na corrida pelo Oscar, são tão perfeitos que Charlize Theron está irreconhecível em O Escândalo. Tudo isso é para aproximá-la ainda mais da personagem real, Megyn Kelly. Nem precisava, já que a estrela encarna a jornalista e âncora da Fox News com talento voraz. Ela disputa a estatueta de atriz enquanto Margot Robbie briga pelo troféu de coadjuvante e também tem um desempenho formidável em, ao menos, duas cenas. O filme começa em 2016 com Megyn enfrentando o machismo de Donald Trump, então candidato à Presidência dos Estados Unidos. Só que, aos poucos, o roteiro toma outro rumo, enfocando o assédio sexual nas grandes corporações. A primeira a trazer o escândalo à tona é a apresentadora Gretchen Carlson (Nicole Kidman). E seu alvo é ninguém menos que Roger Ailes (John Lithgow), CEO do canal de TV de Rupert Mur¬doch (Malcolm McDowell). Margot é a fictícia Kayla, uma novata que cai na lábia do poderoso chefão da Fox News e representa um amálgama de outras mulheres que o denunciaram. O longa-¬metragem pode ter deslizes, como a superficialidade no retrato das personagens, mas é um grito de alerta e uma ótima maneira de trazer a público um tema que só existe por causa do Me Too, movimento contra o assédio no trabalho criado e impulsionado por atrizes em 2017. Direção: Jay Roach (Bombshell, EUA/Canadá, 2019, 119min). 14 anos. Estreou em 16/1/2020.

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