O Despertar das Formigas

Resenha por Miguel Barbieri Jr.

Se um filme que um país indica ao Oscar é o que seu cinema tem entre os melhores longas-metragens, imagine o que deve ser a produção cinematográfica da Costa Rica, cujo representante de 2020 foi O Despertar das Formigas. Nada contra a simplicidade dos personagens que, no Brasil, encontram trabalhos mais consistentes e originais como Benzinho e Temporada. O problema está na ingenuidade da diretora Antonella Sudasassi Furnis ao abordar o machismo e o patriarcado de seu país por meio de um casamento em situações tão clichês. Isabel (Daniela Valenciano) cuida da casa e das duas filhas enquanto o marido trabalha fora. Mas ela tem o sonho de progredir como costureira e até visita um ponto com a intenção de alugá-¬lo. Só que Alcides (Leynar Gomez) quer ter mais um filho (e homem), o que adiaria ainda mais o projeto de vida dela. As formigas do título têm duplo sentido: o despertar das mulheres e também das formiguinhas que Isabel vê subir por suas pernas, entre uma e outra alucinação. Direção: Antonella Sudasassi Furnis (El Despertar de las Hormigas, Costa Rica/Espanha, 2019, 94min). 14 anos. Estreou em 16/1/2020.

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