O Bosque Soturno
- Direção: Otávio Martins
- Duração: 60 minutos
- Recomendação: 16 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Um dos grandes dramaturgos da atualidade, o americano Neil LaBute provoca o espectador com histórias que fogem do politicamente correto e, por isso, costumam ser perturbadoras. Restos, protagonizada por Antonio Fagundes, Gorda, com Fabiana Karla, e Baque, defendida por Emílio de Mello e Deborah Evelyn, são exemplos. O drama O Bosque Soturno toca em um dos grandes tabus da sociedade, o incesto, e com uma naturalidade tamanha que o tema se torna apenas mais um entre tantas questões abordadas na peça. Betty (interpretada por Guta Ruiz) é uma professora universitária, enquanto o irmão, Bob (papel de Pedro Bosnich), vive de subempregos. Os dois se encontram para esvaziar um imóvel alugado, desocupado há pouco pelo inquilino, e começam um acerto de contas referente ao passado familiar. O diretor Otávio Martins construiu uma encenação que aposta em um clima de mistério. O público demora a entender as motivações de cada um naquela cabana, em meio a uma chuva incessante, e a razão do misto de agressividade e mágoa sublinhado nos diálogos. Para isso, os desempenhos de Guta e Bosnich são determinantes. Ela carrega a altivez e uma tensão disfarçada necessárias para a personagem, enquanto Bosnich, aos poucos, sai do antagonismo para revelar a personalidade da irmã. Estreou em 2/2/2017. Até 18/6/2017.