O Açougueiro
- Direção: Samuel Santos
- Duração: 50 minutos
- Recomendação: 16 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Vindo de Pernambuco, o monólogo O Açougueiro, escrito e dirigido por Samuel Santos, estreou no Recife em julho de 2015, ganhou elogios no circuito de festivais e engatou temporada no Rio de Janeiro. As apresentações em São Paulo justificam o êxito. Trata-se de uma história capaz de colocar o dedo nas polêmicas da intolerância e da violência sem dispensar a dimensão poética ou se tornar panfletária. Em cena, o ator Alexandre Guimarães dá corpo e voz para Antônio, sujeito humilde, que, movido pela ambição, realizou o sonho de ser dono do próprio açougue. Em uma terra em que a carne se impõe como sinônimo de luxo, ele prospera financeiramente e ganha a admiração dos conterrâneos. A paixão pela prostituta Nicinha, no entanto, se torna sua perdição. Os clientes fiéis de outora não se dispõem a aceitar a moça entre as senhoras de respeito da cidade, e Antônio percebe que o dinheiro não o libertou do passado de humilhações. Guimarães se divide em seis personagens em um expressivo trabalho de expressão corporal. O texto de Santos, porém, se mostra a sólida base para a conquista dos espectadores em situações impactantes e repletas de simbologias. Estreou em 10/2/2017. Até 5/3/2017. Sessões extras na segunda (27) e terça (28), às 19h.