Num Lago Dourado
- Direção: Elias Andreato
- Duração: 90 minutos
- Recomendação: 10 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Transformada em filme, realizado por Mark Rydell em 1981, a peça Num Lago Dourado rendeu desempenhos marcantes para Henry Fonda e Katharine Hepburn no cinema. A dupla ganhou as estatuetas de melhor ator e atriz no Oscar do ano seguinte em uma produção que ainda trazia Jane Fonda no elenco. O texto de Ernest Thompson, montado no Brasil por Paulo Gracindo e Nathalia Timberg, ganha nova versão, agora dirigida por Elias Andreato e sustentada pela interpretação de Ary Fontoura. Às vésperas dos 80 anos, o rabugento Norman Thayer é um professor aposentado que passa as férias em uma casa de campo com a mulher, a compreensiva Ethel (papel de Cléo Ventura, que substitui Ana Lucia Torre). A harmonia do casal vez por outra se abala por causa da relação conflituosa dele com a única filha, Chelsea (vivida por Tatiana De Marca). A visita da moça, junto do futuro marido (o ator André Garolli) e do enteado (Lucas Abdo), põe em xeque os traumas familiares e faz com que cada um reconsidere suas atitudes. Andreato conduziu a trama na forma de uma comédia romântica em torno do companheirismo entre marido e mulher na terceira idade. A bem-sucedida opção, no entanto, suaviza bastante o peso dramático da relação entre Norman e Chelsea. Em ótima forma, Fontoura valoriza o sarcasmo do personagem sem disfarçar um grande desencanto, enquanto Ana Lucia imprime uma doçura comovente a Ethel. Dessa forma, a Chelsea de Tatiana aparece mais fragilizada, exibindo uma introspecção no lugar do ressentimento, capaz de minimizar o conflito da personagem. Com a cena dominada por Fontoura e Ana Lucia, Garolli marca presença em curta participação e Lucas Abdo desponta em uma divertida parceria com os protagonistas. Como o carteiro Charlie, Fabiano Augusto completa o elenco. Estreou em 8/4/2017. Até 16/12/2018.