Noite Mágica

Resenha por Miguel Barbieri Jr.

Nos bastidores do cinema, o diretor italiano Paolo Virzì (do maravilhoso A Primeira Coisa Bela) fica centrado na vida de três aspirantes a roteirista e nos diretores e produtores que orbitam em torno deles em Noite Mágica. Os jovens Luciano, Antonino e Eugenia (Giovanni Toscano, Mauro Lamantia e Irene Vetere) se conhecem na entrega de um prêmio e se tornam amigos, tanto que os rapazes, que moram em outras cidades, vão se hospedar no apartamento da moça, em Roma. É 1990, e a Copa do Mundo rola na TV. Dentro de um carro, resgatado das águas do Rio Tibre, há o cadáver de um produtor (Giancarlo Giannini), e o trio é levado à delegacia para prestar depoimento. A trama, então, retrocede um mês para esclarecer a relação deles com a vítima. A intenção do realizador/roteirista é mostrar a crise do cinema italiano nos anos 90, dividido entre as comédias populares e os raros filmes autorais. Para isso, faz citações a Fellini, Mastroianni, Scola, Antonioni, Totò, Palma de Ouro, Festival de Locarno… No registro, Virzì combina a melancólica decadência dos grandes mestres com a energia esfuziante da nova geração daquela época em um trabalho endereçado a cinéfilos. Direção: Paolo Virzì (Notti Magiche, Itália, 2018, 125min). 16 anos.

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