Minha Filha
- Direção: Laura Bispuri
- Duração: 100 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: Itália, Alemanha e Suíça
- Ano: 2018
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Dirigido pela italiana Laura Bispuri, o drama apresenta uma história pouco original, mas que, devido à sensibilidade da abordagem, ganha fôlego. Aos 9 anos, a menina Vittoria (interpretada por Sara Casu) se percebe diante do seu primeiro dilema. Ela leva uma vida estável ao lado dos pais, o casal Tina (papel de Valeria Golino) e Umberto (o ator Michelle Carboni), toca órgão na igreja da cidade e aproveita a infância em brincadeiras que nunca lhe oferecem risco. Sua mãe biológica, no entanto, é Angélica (vivida por Alba Rohrwacher) — conhecida de Tina desde a adolescência —, que, endividada e afogada no álcool, reaparece em busca de um dinheiro capaz de aliviar sua barra. O encontro de Angélica e Vittoria gera insegurança na mãe adotiva e também desperta sentimentos inesperados na menina e na mulher que a abandonou na sequência do seu nascimento. O perfil da mãe relapsa em busca da redenção serve de tema para muitas obras de ficção. Em novelas, então, é algo tratado com grande frequência. O diferencial aqui fica por conta da perspectiva da garota. O espectador acompanha todos os fatos pelos olhos de Vittoria e, assim como ela, conhece as motivações de cada uma das personagens. A generosidade de Tina até contrasta com a irresponsabilidade de Angélica, mas o roteiro não esboça o perfil de vilã para nenhuma delas. O equilíbrio se deve às atuações de Valeria e, principalmente, da visceral Alba (Figlia Mia, Itália, Alemanha e Suíça, 2018, 100min). 14 anos. Estreou em 11/10/2018.