Memórias Póstumas de Brás Cubas
- Direção: Regina Galdino
- Duração: 80 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Depois de ser bem-sucedido em As Sombras de Dom Casmurro, no ano passado, Marcos Damigo apresenta uma nova e mais desafiadora investida no universo de Machado de Assis. Com adaptação e direção de Regina Galdino, o ator protagoniza Memórias Póstumas de Brás Cubas em um formato de monólogo cômico-musical. O espetáculo respeita e valoriza as palavras do escritor. Damigo, por sua vez, surpreende como bom interlocutor para a mensagem da obra-prima, publicada em 1881, assustadoramente atual. Brás Cubas é o defunto-narrador, um clássico da duvidosa ética que move o povo brasileiro. Em sua vida, usufruiu o bom e o melhor, conheceu mulheres de todos os tipos — sem nunca ter se prendido a nenhuma —, enveredou pela política e fez pouco-caso de muita gente. Crítico, irreverente e amoral, na montagem o personagem ainda dança e canta composições originais de Mário Manga. Em uma canção que apresenta Brás Cubas como misto de clown e fantasma, Damigo valoriza o trabalho corporal em uma linha cínica que conversa plenamente com os tipos da sociedade dos nossos tempos. Estreou em 20/7/2017.