Mansa
- Direção: Diogo Liberano
- Duração: 70 minutos
- Recomendação: 16 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
A essência do drama Mansa, de André Felipe, reside nas irmãs Lia e Raquel (interpretadas por Amanda Mirásci e Nina Frosi). Criadas em uma comunidade do interior, elas tiveram a liberdade cerceada pelo pai, um pastor evangélico, e passaram boa parte da adolescência e o começo da juventude em cárcere privado. No máximo, eram permitidas escapadas pelo terreno e arredores da casa. A reação das duas se consuma de forma radical — elas matam o pai e enterram o corpo no quintal. Em uma ousadia dramatúrgica, que se revela a principal qualidade do espetáculo, a trama se descola de uma cronologia para contar os fatos anteriores e posteriores ao crime até o reencontro delas na maturidade. Vigorosas na representação de Lia e Raquel, Amanda e Nina ainda se transformam em outras personagens, que especulam ou revelam histórias referentes ao passado dessas mulheres. O recurso usado na montagem, dirigida por Diogo Liberano, aumenta os significados em torno das protagonistas. Tanto amplia as justificativas, mesmo que discutíveis, das ações da dupla como proporciona uma abordagem diferenciada da questão do machismo e dos excessos religiosos (70min). 16 anos. Estreou em 8/2/2019. Até 31/3/2019.