Manchester à Beira-Mar
- Direção: Kenneth Lonergan
- Duração: 137 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: Eua
- Ano: 2016
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Casey Affleck já ganhou mais de quarenta prêmios por sua atuação no drama, incluindo o prestigiado Globo de Ouro. Se os ventos continuarem soprando a favor, deve também levar o Oscar. Não espere, contudo, uma interpretação extravagante ou visceral. O astro, irmão do galã Ben Affeck, opera no modo intimista e, assim como brilhou em O Assassinato de James pelo Covarde Robert Ford (2007), faz uma caracterização de voz baixa e gestos contidos. Combina, contudo, à perfeição para seu personagem, Lee Chandler, um zelador de Boston. Circunspecto, cabisbaixo e solitário, o rapaz recebe a notícia de que seu irmão está internado num hospital. Ao chegar a Manchester, durante o gélido inverno no Estado de Massachusetts, é tarde demais. Chandler, agora, tem de lidar com um problema ainda maior. No testamento, o irmão estipula: ele será o guardião legal do sobrinho adolescente (papel de Lucas Hedges). Diretor e roteirista, Kenneth Lonergan alterna passado e presente para mostrar como Chandler virou um sujeito amargo, frio e cinzento. Embora abuse da duração e apele para o tristíssimo (e manjado) Adágio, de Albinoni, para pontuar a sequência mais trágica da história, o realizador mostra pulso firme no enfoque do drama de seu protagonista sem cair na tentação do sentimentalismo. O longa-metragem conquistou seis indicações ao Oscar: melhor filme, direção, ator (Casey Affleck), ator coadjuvante (Lucas Hedges), atriz coadjuvante (Michelle Williams) e roteiro original. Estreou em 19/1/2017.