Lucy
- Direção: Luc Besson
- Duração: 89 minutos
- Recomendação: 16 anos
- País: França
- Ano: 2014
Resenha por Tiago Faria
Em matéria de personagens excêntricas e fora de qualquer padrão, poucas estrelas foram tão longe recentemente quanto Scarlett Johansson. Na ficção científica Sob a Pele, ela era uma alienígena devoradora de homens. Já na comédia dramática Ela, deu voz a um aparelhinho de inteligência artificial. Superar as bizarrices dessas mulheres extraordinárias pode parecer inviável. Mas acredite: a protagonista de Lucy, filme frenético de ação escrito e dirigido pelo francês Luc Besson (de O Quinto Elemento e O Profissional), dá mais um drible na mesmice. À primeira vista, Lucy nada tem de incomum e sai-se apenas como uma estudante americana em busca de novas experiências em Taiwan. As estranhezas entram em cena quando, iludida por um estrangeiro com quem curtiu uma noitada, ela acaba sequestrada por uma quadrilha de coreanos engravatados. Os criminosos querem usar a refém para transportar, dentro do corpo, sacolas que contêm uma nova droga azul. O plano do grupo desandará quando essa substância misteriosa entrar em contato com o organismo da jovem e ativar uma série de funções em seu cérebro. Orientada por um cientista (Morgan Freeman), Lucy aprenderá a ler em velocidade aceleradíssima, controlar a mente dos inimigos, diagnosticar doenças… Uma heroína, em resumo. Scarlett tira de letra esses e outros desafios de uma superprodução com pegada pop e um quê filosófico sobre os limites da atividade cerebral. Ao contrário de fitas como Matrix e A Origem, porém, aqui essa mistura cheira a truque barato. Não passa de desculpa para uma rodada de cenas de perseguição, tiros, efeitos especiais e reviravoltas absurdas em ritmo de videoclipe. Uma fórmula divertida, que não exige muito da inteligência do espectador. Estreou em 28/8/2014.