Judy – Muito Além do Arco-Íris
- Direção: Rupert Goold
- Duração: 118 minutos
- País: Inglaterra
- Ano: 2019
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
É sintomático que Renée Zellweger tenha aceitado viver Judy Garland (1922-1969) no fim da carreira e se entregado ao papel com tanta propriedade. Estrela nos anos 90 e 2000, Renée fez sucesso nos filmes da série Bridget Jones, brilhou em Chicago e recebeu o Oscar de coadjuvante, em 2004, pelo já esquecido Cold Mountain. Ao entrar em seguidas barcas furadas, ganhou a mídia mais por sua mudança de aparência por procedimentos estéticos e menos por suas atuações. Estava fadada ao ostracismo, mas renasceu das cinzas. Após conquistar vários prêmios por Judy — Muito Além do Arco-¬Íris, é a favorita ao Oscar de melhor atriz. Judy foi extraído de uma peça teatral e vai direto ao ponto, sem se estender (ainda bem) numa biografia completa. Em 1968, cheia de dívidas e sem um teto para morar, ela aceita fazer uma temporada de shows em Londres e deixa o casal de filhos com o ex-marido. A diva se mostra insegura e emocionalmente instável, fruto de uma combinação de tranquilizantes e álcool. Judy, mãe da também cantora e atriz Liza Minnelli, estrelou dramas e musicais e virou ícone por causa de O Mágico de Oz. Não à toa, este clássico é o único momento de seu passado que o filme traz à tona, justamente para mostrar os abusos morais que ela sofreu, na adolescência, de Louis B. Mayer, chefão do estúdio MGM. Para coroar o desempenho de Renée, vale o aviso: é ela mesma quem solta a voz em canções como For Once in My Life, San Francisco e, claro, Over the Rainbow. Direção: Rupert Goold (Judy, Inglaterra, 2019, 118min). 14 anos. Estreou em 30/1/2020.