Jacques Henri Lartigue

Resenha por Laura Ming

A aflição precoce de ver a vida passar e os momentos bons escapar da memória fez com que o francês Jacques Henri Lartigue (1894-1986) começasse a fotografar. Seu pai, comovido com a angústia do filho, presenteou-o com uma câmera logo na infância. E, até morrer, aos 92 anos, ele a usou todos os dias. A mostra no Instituto Moreira Salles apresenta 170 imagens da alta sociedade parisiense — além de diários minuciosos que descrevem o contexto das fotos. A paixão pela vida que rodeava Lartigue aparece em cada trabalho. São amigos na praia, na piscina, em corridas de carro ou se arriscando na última novidade da época, o avião. Há até retratos de Santos Dumont. Apesar de sua produção intensa, a fotografia era um hobby e apenas na velhice, em uma viagem a Nova York, tal talento foi descoberto: um curador do MoMA ficou encantado com o que viu e fez uma retrospectiva. Lartigue estreou com atraso, mas foi em grande estilo. De 12/2/2014 a 25/5/2014.

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