Gabriel e a Montanha
- Direção: Fellipe Barbosa
- Duração: 131 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: Brasil/França
- Ano: 2017
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Gabriel e a Montanha é um filme nacional atípico. Trata-se da cinebiografia de um brasileiro, falada em boa parte em inglês, filmada na África e com nativos “representando” seus personagens. A jornada é a do economista carioca Gabriel Buchmann que partiu para o continente africano antes de começar seu doutorado em Los Angeles. Lá, quis entrar em contato com a realidade local e, longe dos pontos turísticos, hospedou-se em casas humildes. Em troca de cama e comida, Gabriel, interpretado com vigor e simpatia por João Pedro Zappa (foto), pagava os moradores com o (pouco) dinheiro da viagem. Entre outras façanhas, subiu ao topo do Monte Kilimanjaro, mas foi numa montanha do Malaui que a tragédia ocorreu. Gabriel morreu por hipotermia em agosto de 2009. O diretor Fellipe Barbosa (do também inquietante Casa Grande) era amigo de infância de Gabriel e não economizou tempo nem energia para fazer um recorte da vida do colega. A trama refaz os setenta dias da estada do protagonista na África, onde visitou Quênia, Tanzânia, Zâmbia e Malaui. Além de percorrer o mesmo caminho de Gabriel, Barbosa e sua equipe localizaram as pessoas com quem ele cruzou — e alguns depoimentos em off são de partir o coração. Um drama verídico com pegada documental ou uma honrosa homenagem a um brasileiro desconhecido. Por qualquer ângulo, o longa-metragem transborda verdade, empenho, afeto e coragem. Direção: Fellipe Barbosa (Brasil/França, 2017, 131min). 14 anos. Estreou em 2/11/2017.