Exposição de Hélio Oiticica e Miguel Bakun
Resenha por Jonas Lopes
Embora contrastantes entre si, as duas individuais
em cartaz no Instituto de Arte Contemporânea (IAC) perpassam a transição entre modernismo e
neoconcretismo na arte brasileira. Autodidata e admirador
de Vincent van Gogh (1853-1890), Miguel
Bakun surpreende pela delicadeza alcançada nas 32
telas de Natureza e Destino, quase todas paisagens,
mesmo lançando mão de uma reduzida paleta de
cores — limita-se a verde, azul, amarelo e branco.
Da Estrutura ao Tempo é a primeira mostra dedicada
a Hélio Oiticica (1937-1980) na cidade desde o
incêndio que consumiu parte de sua produção em
16 de outubro de 2009, no Rio de Janeiro. São dezoito
obras: catorze guaches da série Metaesquemas,
do início da carreira do artista, e quatro relevos.
Os desenhos antecipam a produção posterior do
artista na preocupação em investigar espaço e movimento,
combinação essencial em sua futura preferência
por estruturas tridimensionais, a exemplo
dos célebres Penetráveis.