Em Nome do Jogo
- Direção: Gustavo Paso
- Duração: 90 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Gênero pouco explorado no teatro, o suspense tornou-se mais conhecido dos fãs do cinema e da literatura. Não à toa, a peça escrita pelo dramaturgo inglês Anthony Shaffer em 1970 já ganhou duas adaptações para as telas e, na cidade, só foi apresentada pelos atores Sérgio Viotti e Ney Latorraca em 1972. Uma das razões é a dificuldade de transpor para o palco o clima de mistério sem recorrer aos recursos de edição. Nesse ponto, a montagem conduzida pelo encenador Gustavo Paso mostra-se um êxito. O embate verbal e psicológico, contudo, ganha credibilidade nas interpretações de Marcos Caruso e Erom Cordeiro. Desta vez, Caruso deixa o humor da novela Avenida Brasil de lado para investir na elegância e frieza irretocáveis do escritor Andrew Wyke. Mestre em romances policiais, ele imagina jogos para inspirá-lo na composição das ficções. Em uma noite, o autor convida o jovem amante de sua mulher, o cabeleireiro Milo Tindolini (vivido por Cordeiro com extrema segurança), para um encontro em sua casa. O clima de cerimônia é substituído por ameaças veladas e um comunicado: Wyke não aceitará o divórcio, tampouco dividirá seu patrimônio. Para ficar com a mulher, porém, o rapaz deverá se submeter a uma prova. Caruso e Cordeiro mostram total entrosamento, o que fortalece o antagonismo. A direção imprime um ritmo eletrizante. Para isso, não economiza nas referências — o cenário traz alçapões e paredes falsas, e as reviravoltas surpreendem a todo instante. Estreou em 5/4/2013. Até 28/7/2013.
No cinema: Laurence Olivier e Michael Caine protagonizaram Jogo Mortal (1972) na pele de Andrew e Milo, respectivamente. Em 2007, Caine dividiu os créditos com Jude Law no remake Um Jogo de Vida ou Morte.
Fique ligado: na caracterização de Erom Cordeiro como o bronco e gordo detetive que interroga o personagem de Caruso no segundo ato.