Édipo na Praça
- Direção: Rodolfo GarcíaVázquez
- Duração: 120 minutos
- Recomendação: 16 anos
Resenha por Milena Emilião
Uma nova versão para a tragédia de Sófocles é levada ao palco pelo grupo Os Satyros em Édipo na Praça. Interpretado pelo português Óscar Silva, o personagem do título está predestinado a matar o próprio pai e casar-se com a mãe, Jocasta (papel de Cléo de Páris). Isso quase todos sabem. Portanto, os atores Robson Catalunha e Henrique Mello iniciam a sessão, dentro do teatro, com uma espécie de teste de conhecimentos com a plateia. O jogo serve para aproximar atores e público. Em seguida, o elenco apresenta a história sem fazer mudanças no enredo original. Dois artifícios usados pelo diretor Rodolfo García Vázquez despertam interesse pela montagem. Um deles é a parceria com o Coral da Cidade de São Paulo que, sob a regência de Luciano Camargo, permanece em cena o tempo todo, numa referência ao teatro grego. Outro são as sequências do segundo ato ao ar livre na Praça Roosevelt — Os Satyros, aliás, foram responsáveis pelo começo da sua revitalização, em 2000. Desde a reinauguração da praça, no fim do ano passado (2012), nenhuma companhia havia de fato ocupado o lugar. Atores, coro e espectadores saem em cortejo pelas redondezas e dividem o espaço com os skatistas e curiosos que circulam por ali e chegam a interagir com os atores. Se por um lado houve uma tentativa de sair do lugar-comum ao levar a peça para a rua, por outro as cenas perdem impacto nesse momento. Sobretudo pela dificuldade de ouvir o que dizem os atores. Trata-se, enfim, de um espetáculo interessante, porém longe de ser surpreendente. Estreou em 16/8/2013. Até 8/12/2013.