Doppelgänger ou o Mito do Duplo
- Direção: Domingos Oliveira
- Duração: 60 minutos
- Recomendação: 16 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Volta e meia o dramaturgo, cineasta e diretor de teatro Domingos Oliveira, de 79 anos, é definido como “o Woody Allen brasileiro”. Quem recorre a tal comparação justifica pela habilidade do artista carioca ao retratar as relações humanas com fina ironia e bom humor. Em cartaz no Sesc Pinheiros, a comédia não foge dessa linha, mas encontra semelhanças maiores nas amalucadas histórias de suspense filmadas pelo americano que nas tramas intimistas. Júlio Matos (personagem de Ricardo Kosovski) e Júlia Vieira (papel de Priscilla Rozenbaum) formam um célebre casal de atores, muito famoso na televisão e no palco. A vida em comum se sustenta pelas aparências, em nome da parceria profissional, e o marido se mostra cada vez mais atormentado. Nas conversas com o psicanalista (o ator André Mattos), ele confessa, inclusive, que tem sido perseguido por um homem que seria uma cópia sua. Com base nesse gancho, Oliveira constrói uma história divertidíssima e capaz de surpreender o espectador até os minutos finais. A encenação despojada é valorizada pela iluminação e apoia-se nos diálogos certeiros. Diante disso, o trio de atores se mostra muito à vontade, e Priscilla esbanja sarcasmo na composição da estrela afetada. Estreou em 22/10/2015. Até 14/11/2015.