Divino Amor
- Direção: Gabriel Mascaro
- Duração: 101 minutos
- Recomendação: 18 anos
- País: Brasil, Uruguai, Dinamarca, Noruega, Chile, Suécia e França
- Ano: 2019
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Três anos depois do superestimado Boi Neon, o diretor pernambucano Gabriel Mascaro volta às telas com mais um trabalho polêmico — e muito melhor! Mesmo que ainda use a nudez e o sexo quase explícito com desnecessária abundância, o cineasta/roteirista, desta vez, os insere num contexto plausível em Divino Amor. Trata-se de uma visão do Brasil de 2027, que virou uma nação evangélica. O casal Joana e Danilo, interpretado por Dira Paes e Julio Machado (foto), frequenta a igreja Divino Amor, que tem um método pouco ortodoxo de reaproximar marido e mulher. “Quem ama divide” é o lema da congregação e, assim, a troca de parceiros rola à vontade. Extremamente devota, Joana tenta engravidar há tempos e o marido, infértil, faz tratamento. Mascaro traz algo do futurismo de Black Mirror em sua crítica ao fanatismo religioso, como, por exemplo, o “drive thru da oração”. Com roteiro bem amarrado e desfecho inesperado, o filme sai da zona de conforto para, propositadamente, chocar e transgredir. Surte efeito. Direção: Gabriel Mascaro (Brasil, 2019, 101min). 18 anos.Estreou em 27/6/2019.