Desarticulações
- Direção: Isabel Teixeira
- Duração: 75 minutos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Nos contos do livro Invenção e Memória (2000), a escritora Lygia Fagundes Telles diz que uma narrativa é sempre vinculada à fusão dessas duas palavras. Ao lado da diretora Isabel Teixeira, a atriz Regina Braga criou o monólogo dramático Desarticulações, com base na obra homônima da autora argentina Sylvia Molloy, e convence o espectador do sentido da afirmação de Lygia, sobretudo diante da profunda dor. Em uma interpretação que alterna delicadeza e intensidade, Regina comove a plateia na pele da própria Sylvia e mostra o seu sofrimento ao ver uma amiga, Maria Luiza, perder gradativamente a memória. Para contornar a tristeza, ela escreve um diário em que revê a relação das duas e relata os momentos em que a outra começou a se desconectar da vida. Elaborado pelo diretor de arte Marcos Pedroso, o cenário é uma instalação predominada pelo branco. Em busca da cumplicidade, Regina se mistura com as personagens diversas vezes, evoca canções de Carlos Gardel e Dolores Duran e simula o esquecimento do texto. Verdade ou mentira? Não importa. A alma de Sylvia e a de Maria Luiza habitam a da atriz. E o público acredita. Estreou em 26/7/2013. Até 25/8/2013.