Coringa
- Direção: Todd Phillips
- Duração: 122 minutos
- Recomendação: 16 anos
- País: Estados Unidos e Canadá
- Ano: 2019
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Cesar Romero, Jack Nicholson, Heath Ledger e Jared Leto foram intérpretes do Coringa. Cada um a sua maneira, eles imprimiram uma marca registrada, seja a da galhofa (de Nicholson), seja a da densidade (de Ledger). Joaquin Phoenix (foto) vai além do extraordinário. E também o diretor e roteirista Todd Phillips (da trilogia Se Beber, Não Case!) faz de Coringa, não à toa premiado com o Leão de Ouro no Festival de Veneza, algo único. Embora esteja sendo “rejeitado” por incitar a violência, o longa-metragem parte de um personagem ficcional e saído de uma HQ,, ou seja, o terreno é o da fantasia. As tintas do roteiro, contudo, carregam a história para um intenso e impactante drama psicológico — e eis a diferença em comparação a outras adaptações de quadrinhos. Phoenix ainda não é Coringa. Numa trama inédita, ele tem o nome de Arthur Fleck, mora com a mãe doente (Frances Conroy) e, vestido de palhaço, faz bicos anunciando promoções de lojas numa Gotham City tomada pela sujeira, cinemas pornôs e punguistas (qualquer semelhança com a Nova York do início da década de 80 não é mera coincidência). Fleck quer ser comediante de stand-up, mas não tem talento, e, dono de um riso incontrolável, fruto de uma doença mental, sofre bullying e humilhações. Ao ganhar uma arma de um colega, terá outro destino. Vale o aviso: não leve crianças ou adolescentes para ver o filme. Coringa é para adultos, com violência explícita e cruel, um registro perturbador de um sujeito atormentado por um passado sombrio. Em duas horas que passam voando, Phoenix assume o papel de sua carreira com imersão absoluta (note que o ator tem trabalhos excepcionais). Um Oscar para coroar sua atuação se faz necessário. Direção: Todd Phillips (Joker, EUA/Canadá, 2019, 121min). 16 anos. Estreou em 3/10/2019.