Chicuarotes

Resenha por Miguel Barbieri Jr.

Segundo longa-metragem dirigido pelo ator Gael García Bernal, Chicuarotes, ambientado no bairro de Xochimilco, no sul da Cidade do México, registra o drama dos amigos Cagalera e Moloteco, papéis de Benny Emanuel e Gabriel Carbajal (foto). Embora parceiros, eles têm caracteres distintos. Na primeira cena, fazem uma apresentação de palhaços dentro de um ônibus e, como são ignorados, decidem assaltar os passageiros. Moloteco vive sozinho, é caladão e honesto. Já Cagalera passa maus bocados em casa, com um pai alcoólatra, que espanca a mãe, e convive com um irmão gay e uma irmã que diz ter sido abusada nas ruas. O cotidiano desregrado e a falta de trabalho fazem com que o rapaz tenha uma inclinação para a criminalidade e o sonho de morar longe. Embora apegado a um roteiro formulaico, o realizador acerta na análise incisiva dos desvalidos de seu país. Em termos de comparação, o brasileiro Sócrates, que estreia no dia 26, é menos ambicioso e melhor. Direção: Gael García Bernal (México, 2019, 95min). 16 anos. Estreou em 5/9/2019.

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