Chernobyl
- Direção: Bruno Perillo
- Duração: 95 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
O debate em torno das consequências dos investimentos nucleares marcou presença nos palcos neste fim de temporada. Além de As Crianças e Um Passeio no Bosque, encenados respectivamente por Rodrigo Portella e Marcelo Lazzaratto, o drama Chernobyl toca em feridas causadas por desastres radioativos. Sob a direção de Bruno Perillo, o texto da francesa Florence Valéro é centrado em uma família obrigada a deixar para trás a cidade de Pripyat logo após as explosões em Chernobyl, na então União Soviética. A tragédia, ocorrida em 26 de abril de 1986, evacuou a região e, mesmo assim, uma década depois, foi verificado um grande número de vítimas contaminadas por substâncias tóxicas. Na trama, Igor era um funcionário da usina, enquanto sua mulher, Helena, cuidava com devoção do casal de filhos, o travesso Michael e a pequena Hannah. É sob o ponto de vista de Antônia, a boneca preferida de Hannah, que o sofrimento dessas pessoas e a gradativa desintegração da família chega ao espectador. As atrizes Carolina Haddad, Joana Dória, Manuela Afonso e Nicole Cordery revezam-se em todos os nove personagens em um universo que escapa do realismo. As intérpretes são convincentes no teste de versatilidade. Circulam com figurinos idênticos entre papéis masculinos e femininos, adultos e infantis, em surpreendente equilíbrio, além de manter a atenção do público. O peso da temática, claro, é indisfarçável, mas, em sintonia com a atmosfera da década de 80, a montagem garante alguns respiros ao evocar ícones da cultura pop da época. Sucessos da cantora Madonna e o filme De Volta para o Futuro, com Michael J. Fox, servem de referências a algumas cenas (95min). 14 anos. Estreou em 9/9/2019.
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