Carol
- Direção: Todd Haynes
- Duração: 118 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: EUA/Inglaterra
- Ano: 2015
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
The Price of Salt (ou Carol) foi escrito por Patricia Highsmith em 1953 e sob o pseudônimo de Claire Morgan. Lésbica ainda não assumida, a escritora tratou de um romance entre mulheres numa época de tabus. O filme Carol, nos dias de hoje, cheira a naftalina, principalmente se comparado a outros trabalhos do gênero, como Azul É a Cor Mais Quente. A intenção do diretor Todd Haynes (de Longe do Paraíso), contudo, era justamente situar a paixão de Carol Aird (Cate Blanchett) por Therese Belivet (Rooney Mara) em mundo controlado pelos homens e onde uma relação homossexual era considerada um escândalo. Seu longa-metragem resplandece na recriação dos anos 50, com figurinos, objetos e cenários de encher os olhos. Mas faltam, sobretudo, à história conflitos densos e uma entrega maior de suas protagonistas. Cate, na pele de uma ricaça madura, mãe de uma menina e esposa aprisionada em um casamento de aparências, se encanta por uma jovem balconista de uma loja de departamentos. A moça, que tem um namoradinho, corresponde à atração platônica. Espere, ao menos, uma hora para ocorrer algo mais, digamos, explícito — um casto beijo, por exemplo. Em um roteiro sem muita imaginação, Cate e Rooney não têm química e, nas raras cenas de sexo, estão desconfortáveis. Nas fitas de Todd Haynes, porém, tudo é lindo, com a cor da echarpe combinando com o esmalte das unhas e o casaco de peles de fazer gritar as fashionistas. Carol conquistou seis indicações ao Oscar e não levou nada. Estreou em 14/1/2016.