Capitão Fantástico
- Direção: Matt Ross
- Duração: 118 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: EUA
- Ano: 2016
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Em Vida Selvagem, drama francês lançado em junho, um pai criava dois garotos no meio do mato, longe da mãe e da civilização. Quase a mesma premissa está em Capitão Fantástico, que valeu a Viggo mortensen uma indicação ao Globo de Ouro de melhor ator e também ao Oscar 2017. Há, contudo, diferenças entre as duas histórias. Lá, a mãe lutava para reaver as crianças. Aqui, os seis filhos de Ben Cash (Mortensen) convivem em harmonia numa floresta, embora a educação paterna seja no estilo militar. Além de exercícios físicos pesados, a meninada é obrigada a mergulhar nos estudos — eles falam seis línguas, para se ter uma ideia. Cash desistiu da sociedade de consumo e quer a prole muito distante das cidades. Mas, quando sua esposa morre, os filhos pedem para ir ao enterro, na terra dos avós maternos. O sonho de evitar o contato com o “mundo exterior” vai, portanto, minguando. Há algo de “cosmético” no cotidiano em meio à natureza e uma excentricidade pop na pegada de Pequena Miss Sunshine. O longa-metragem, porém, torna-se irresistível na sua combinação de road movie e comédia dramática familiar ao apresentar confrontos originais e argumentos questionadores. Estreou em 22/12/2016.