Cantando na Chuva
- Direção: Fred Hanson e Carlos Bauzys
- Duração: 150 minutos
- Recomendação: Livre
Resenha por Bruno Machado
Há 65 anos, Gene Kelly empoleirava-se num poste sob um temporal cenográfico com seu guarda-chuva. A icônica cena não poderia ficar de fora de Cantando na Chuva, adaptação quase literal do clássico do cinema para o palco. O Don Lockwood de Jarbas Homem de Mello é competente: canta, dança e sapateia. Mas, sozinho, não impressiona tanto a plateia quanto o efeito especial que garante chuva no teatro. Por outro lado, não é preciso verter uma única gota para que Claudia Raia domine a cena logo ao entrar. Ela interpreta Lina Lamont, que, ao lado de Lockwood, integra o casal-sensação das fitas mudas dos anos 20. Com o surgimento dos longas sonoros, eles enfrentam problemas: a voz de taquara rachada de Lina põe em risco todo o estúdio. Claudia aproveita o pretexto para soltar toda a sua veia para o humor, num dos poucos elementos de ousadia da direção quase insípida do americano Fred Hanson. No segundo ato, a produção ganha complexidade com números musicais de todo o elenco. A personagem Lina cresce e adquire contornos de vilã. Há ainda participações de Marcelo Médici e Reynaldo Gianecchini. De 12/8 a 17/12/2017.