Branca de Neve e o Caçador
- Direção: Rupert Sanders
- Duração: 127 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: EUA
- Ano: 2012
Resenha por Miguel Barbieri Jr.:
Virou tendência transformar histórias infantis em filmes para
o público adulto. Enquanto “A Garota da Capa Vermelha” foi
uma desastrosa versão de Chapeuzinho Vermelho, “Espelho,
Espelho Meu”, lançado em abril, optou pelo viés do humor para
levar às telas o conto da Branca de Neve. Mais bem-sucedido,
“Branca de Neve e o Caçador” traz uma adaptação vigorosa e
com algumas licenças para a fábula dos irmãos Grimm.
Na trama, a princesa (Kristen Stewart) passa os dias infeliz e
aprisionada. Tudo por causa de sua madrasta (Charlize Theron),
que lhe tomou o trono após a morte do rei. A mocinha, porém,
consegue fugir e, inconformada, a vilã contrata um caçador
(Chris Hemsworth, o Thor) para abatê-la. Viúvo, o rapaz
encontra Branca de Neve na Floresta Negra, um lugar infestado
de criaturas assustadoras e de onde poucos humanos saíram
vivos. Há outras alterações no original: o príncipe encantado
(papel de Sam Caflin) é um amigo de infância da protagonista e
os anões agora são oito e interpretados por excelentes atores de
estatura normal, como Ian McShane, Ray Winstone e Toby Jones
— há um bom truque para deixá-los pequeninos.
Esqueça o desenho animado de Walt Disney da década de 30.
O tom aqui mostra-se sombrio, dramático e sem ingredientes
para agradar à criançada. Trata-se de uma relevante estreia do
cineasta Rupert Sanders. Ele dá conta do recado ao imprimir um
ritmo enérgico à narrativa, além de estar bem escudado em um time de especialistas. Entre eles, a figurinista Colleen Atwood
(vencedora do Oscar pelo musical “Chicago”) e Andrew Ackland-
Snow, diretor de arte da cinessérie “Harry Potter”. Sorte da plateia:
sai a breguice de “Espelho, Espelho Meu” e entra um imponente
visual medieval que faz ainda mais diferença entre os dois
longas-metragens. Estreou em 1º/06/2012.