Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
- Direção: Alejandro González Iñárritu
- Duração: 119 minutos
- Recomendação: 16 anos
- País: EUA/Canadá
- Ano: 2014
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Nem Amores Brutos (2000) nem Babel (2006) conseguiram elevar o mexicano Alejandro González Iñárritu à condição dos grandes cineastas. A oportunidade de entrar para o time estelar está nesta fabulosa comédia de tintas negras e dramáticas, indicada em nove categorias do Oscar: melhor filme, direção, ator (Michael Keaton), ator coadjuvante (Edward Norton), atriz coadjuvante (Emma Stone), roteiro, fotografia, edição de som e mixagem de som. Trata-se de um trabalho fenomenal de câmera, montagem, iluminação e interpretações com uma carga intensa de emoções e adrenalina. Também roteirista e auxiliado pelo tarimbado diretor de fotografia Emmanuel Lubezki (de Gravidade), Iñárritu convoca a plateia a embarcar numa trama ambientada praticamente dentro de um teatro (o St. James, de Nova York), mas seus sensacionais planos-sequência tendem a deixála em um arrebatador movimento contínuo. Keaton, no melhor papel de sua carreira, atua como Riggan, uma estrela decadente do cinema que, depois de vestir três vezes a fantasia do super-herói Birdman, caiu num certo ostracismo. Ele quer dar a volta por cima e, para isso, adaptou, dirigiu e vai protagonizar um conto de Raymond Carver na Broadway. O roteiro se passa durante alguns dias antes da estreia e enfoca o nervosismo do protagonista diante do iminente fracasso/sucesso e ao lidar com o ego inflado de seu parceiro de cena (Norton), a filha inquieta (Emma), o produtor angustiado (Zach Galifianakis) e as insistentes cobranças de um personagem saído da imaginação, o assustador Birdman em carne e osso. Estreou em 29/1/2015.