Bette Davis e Eu
- Direção: Alexandre Reinecke
- Duração: 90 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Quando os limites entre a ficção e a realidade são testados, o teatro quase sempre cumpre sua função de encantamento. No caso da comédia Bette Davis e Eu, a dramaturga americana Elizabeth Fuller usa um episódio que vai um pouco além. A autora garante ser tudo verdade, mas muitas vezes deixa o espectador com uma tremenda dúvida, o que colabora para dar mais sabor à montagem dirigida por Alexandre Reinecke. A trama remete a um conto provinciano. Em uma noite qualquer, a escritora Elizabeth (vivida por Flávia Garrafa) abriu a porta de sua casa para receber uma amiga e quem entrou na sala foi a estrela hollywoodiana Bette Davis (interpretada por Wilson de Santos). A protagonista do filme A Malvada (1950) passava por um momento pessoal conturbado e foi apanhada de surpresa por uma greve de hotéis. Então, a visitante decide, sem cerimônia, permanecer por lá durante quatro semanas. A anfitriã fica desesperada na tentativa de agradar à atriz nada compreensiva. Em uma ótima caracterização, Wilson de Santos recria a diva do cinema sem nenhuma caricatura e com base em uma sensibilidade cativante. Mais irregular, Flávia aproveita bem a carona e rende melhor ao investir na delicadeza da personagem do que nas situações puramente bem-humoradas. Na saída do Teatro Renaissance, a maioria deve acreditar que Bette Davis realmente esteve por lá, mais por mérito de Wilson de Santos que do próprio texto. Estreou em 5/4/2013. Até 8/9/2013.