Azougue Nazaré
- Direção: Tiago Melo
- Duração: 82 minutos
- Recomendação: 16 anos
- País: Brasil
- Ano: 2018
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Tiago Melo é produtor de filmes expressivos, como Aquarius, Boi Neon, Bacurau e Divino Amor. Essa credencial desperta curiosidade em torno de Azougue Nazaré, sua estreia na direção, mas inegavelmente também decepciona. A cidade de Nazaré da Mata, no interior pernambucano, é o microcosmo de embates entre diversos personagens. O maracatu, ritmo de origem africana que embala parte dos moradores, é atacado como representação do diabo no processo de evangelização imposto pelo pastor local (Mestre Barachinha). A religiosa Darlene (Joana Gatis), por exemplo, se opõe ao marido, Catita (Valmir do Côco), que espera ansioso o Carnaval. Em meio a isso, estranhos acontecimentos tumultuam a comunidade. A fotografia de Gustavo Pessoa transmite pulsão, mas o roteiro se mantém hermético demais, sem definir se o filme se firma como um registro sobre expressões da cultura popular ou uma trama de mistério, que é desenhada, porém não ganha destaque (Brasil, 2018, 82min). 16 anos.