Arte Sacra Popular

Resenha por Jonas Lopes

Os limites
entre a produção sacra e a popular sempre se
revelaram tênues e difusos. Ainda assim, São
Paulo não recebia havia algum tempo uma mostra
como esta, que combinasse com tanta eficiência
os dois gêneros. Muito bem organizada, tem
curadoria de Edna Matosinho de Pontes, dona
da Galeria Pontes, dedicada ao estilo naïf. Ela pinçou sessenta obras de dezessete
nomes, entre pinturas, esculturas e
oratórios. Algumas das peças não
têm autoria, a exemplo das chamadas
“paulistinhas”, imagens feitas de
barro nos séculos XVIII e XIX, de
formas despidas de ornamentos. A
seleção reúne artistas de diversos
níveis de popularidade. Presente
com uma via-sacra admirável, o
paulista José Antônio da Silva chegou
a representar o Brasil na Bienal
de Veneza. Autor de um presépio
cheio de animais selvagens, o mineiro
Artur Pereira (1920-2003) foi
comparado pelo crítico Rodrigo Naves
ao escultor romeno Constanti
Brancusi. Outros destaques não tão
conhecidos são a Madona do goiano
Odon Nogueira e a maravilhosa
Nossa Senhora das Dores do alagoano
Antônio de Dedé, cujo coração
aparece atravessado por flechas. De 08/06/2011 a 07/08/2011.

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