Arnaldo Pedroso D’Horta

Resenha por Jonas Lopes

Primeiro brasileiro a ser premiado na Bienal de
Veneza (na edição de 1954), o artista paulistano
manteve uma produção bastante peculiar, radiografada
na retrospectiva Desenho de Mão. A
mostra, com curadoria de sua filha Vera d’Horta,
reúne 118 obras, entre gravuras, ilustrações, pinturas
e documentos pessoais. Jornalista e crítico
de arte, Arnaldo Pedroso d’Horta (1914-1973)
começou a pintar na década de 40 — suas telas
eram convencionais demais, cópias sem muito
brilho dos modernistas. Mas ele logo encontrou
seu caminho desenhando, no conjunto Esqueletos
de Animais, anatomias de insetos e aves,
embora não tivesse formação de zoólogo. O destaque
da individual, no entanto, é a impressionante
série Incisões. Nela, D’Horta utilizava um
bisturi para fazer recortes em forma de arabescos
em materiais como cartolina, couro e cortiça.
Por fim, realizava colagens a partir deles.
Delicado e meticuloso, o resultado chega a lembrar os famosos Papiers Découpés, de Henri
Matisse.

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