Amor em Sampa
- Direção: Carlos Alberto e Kim Riccelli
- Duração: 112 minutos
- Recomendação: 10 anos
- País: Brasil
- Ano: 2015
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
O casal Carlos Alberto Riccelli e Bruna Lombardi já havia feito de São Paulo palco com personagens tipicamente paulistanos no drama O Signo da Cidade (2007). Em Amor em Sampa, saem de cena tramas densas e entram histórias levadas, na maioria das vezes, na base do bom humor. Os tipos saídos do roteiro de Bruna continuam refletindo as pessoas daqui. Num filme feito em família, Bruna, o marido e Kim Riccelli (o filho deles) dividem-se em várias tarefas. Todos atuam e Kim ainda assina a direção com o pai, a quem coube o melhor e mais sensível papel. Carlos Alberto interpreta Cosmo, um taxista que ama percorrer a cidade de carro e aguenta (na medida do possível) a namorada interesseira (Miá Mello). É Cosmo quem vai guiar o espectador pelas ruas da metrópole e apresentar, entre outros, Mauro (Rodrigo Lombardi), um publicitário às voltas com uma campanha para tornar São Paulo um lugar agradável onde viver. Em enredo multigênero, assim definido pelos realizadores, há graça no relacionamento dos gays, interpretados por Tiago Abravanel e Marcello Airoldi, e no triângulo amoroso formado por duas amigas (Letícia Colin e Bianca Müller) e um diretor de teatro cafajeste (Kim). O romance está no ar na relação entre uma poderosa empresária (Bruna) e um funcionário ambicioso (Eduardo Moscovis) e, mais bem explorado, no comovente caso de Mauro com a estilista Tutti (Mariana Lima). Para dar conta de tantos personagens sem perder o fio narrativo, há duas saídas criativas: números musicais substituem alguns diálogos e, para imprimir um registro realista, paulistanos dão depoimentos sobre sua paixão por Sampa. E a cidade está lá, captada em cartões-postais emblemáticos, como o Auditório Ibirapuera, a Cinemateca, o Copan, o Jockey Club e a Avenida Paulista. Estreou em 25/2/2016.