Amelia Toledo
Resenha por Veja São Paulo
Quem já passou pela estação de metrô Brás deve ter sido atraído pelas várias chapas de aço onduladas — algumas polidas, outras lixadas ou pintadas — que fazem o efeito de um grande caleidoscópio. Aos 89 anos, a paulistana Amelia Toledo, responsável por este e outros trabalhos espalhados pela cidade, defende: “Obra pública é muito importante, porque fica”. Na Galeria Marcelo Guarnieri, a artista autodidata mostra parte da produção dos seus mais de cinquenta anos de carreira. As doze instalações criam encontros entre materiais como pedras e espelhos. Ela estuda suas interações e provoca no público experiências visuais, sem deixar de dar atenção à beleza e à elegância das peças. Em Bambuí, uma bobina gigantesca de inox reflete formas distorcidas de rochas mineiras. Vindos de pontos isolados do Brasil, outros cristais merecem atenção especial. Repare que metade deles foi tratada pela artista e outra metade permaneceu bruta, uma demonstração da relação ambígua entre o homem e a natureza.