Amaluna
- Direção: Diane Paulus
- Duração: 130 minutos
- Recomendação: Livre
Resenha por Dirceu Alves Jr.
O Cirque du Soleil tanto veio para cá que se tornou íntimo dos brasileiros. Desde a primeira turnê nacional, com Saltimbanco, em 2006, a trupe canadense esteve outras quatro vezes no país. Agora, porém, o grupo traz o espetáculo Amaluna com algumas diferenças em relação às últimas passagens. A mais significativa delas se evidencia na preocupação com uma sólida dramaturgia. Para tratar de um dos temas da moda, o empoderamento feminino, a diretora americana Diane Paulus recorreu ao infalível apoio do inglês William Shakespeare (1564-1616) em uma história inspirada na peça A Tempestade. Na trama, a jovem Miranda (a contorcionista Anudari Ganbat, da Mongólia) sofre um bocado enquanto caminha rumo à vida adulta. Ela mora em uma ilha, governada por sua mãe mais um time de deusas. Todas acompanham de perto a garota, principalmente depois que ela se apaixona por Romeo (representado pelo russo Evgeny Kurkin). Os artistas, como sempre, encantam o público com uma técnica impressionante, exposta em movimentos capazes de causar inveja até em atletas profissionais. Os figurinos e cenários são vistosos e alguns truques deixam os espectadores de queixo caído. Diante da aposta na temática feminista, o desfecho resulta um tanto conservador, mas o encontro do Cirque com a obra de Shakespeare comprova que o show visual e a maestria dos acrobatas e da contorcionista ficam bem melhores com uma história bem desenvolvida por trás. Também se mostram afinados os números dos palhaços Gabriella Argento e Mark Gindick e a banda formada por seis instrumentistas mulheres. Estreou em 5/10/2017. Até 17/12/2017.