Alfredo Volpi: Emoção da Cor
Resenha por Laura Ming
Organizar cronologicamente as oitenta pinturas da mostra foi uma escolha acertada. Assim, quem não conhece a história ou a carreira de Alfredo Volpi (1896- 1988), nascido em Lucca, na Itália, consegue ver com clareza o signifcado da produção dele. O artista mudou-se para o Brasil aos 2 anos e iniciou o contato com as tintas decorando casas na adolescência. Mais tarde, participou do Grupo Santa Helena, na Praça da Sé (por onde passaram Aldo Bonadei e Francisco Rebolo), mas sua maior influência — e a única que admitia — foi a do pintor naïf Emygdio de Souza, de quem admirava a capacidade de síntese. Depois da figuração, Volpi passou, aos poucos, a explorar as formas e as cores sem se preocupar com a perspectiva. Na exposição há paisagens e até um cavalo que é parte de uma pequena série inspirada em brinquedos infantis. Mas boa parte da seleção é de fachadas e das famosas bandeirolas que pintou a partir da década de 50, caso de Bandeirinhas Estruturadas com Mastros. É evidente como esse tema se diversifcou. De estáticas, as figuras geométricas ganham movimento ao surgir penduradas ou junto de fitas até chegar ao ápice da investigação das cores, na década de 70. Foi quando Volpi repetiu as linhas em diversas telas, experimentando variações apenas de tons. De 28/3/2014 a 29/5/2014.