A Valsa de Lili
- Direção: Débora Dubois
- Duração: 65 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
A história que inspirou o monólogo A Valsa de Lili é bastante impactante. Aimar Labaki escreveu a peça livremente adaptada do livro Pulmão de Aço, de Eliana Zagui, sobre uma mulher que vive há quase quatro décadas em uma UTI, por causa de uma poliomielite mal diagnosticada na infância. Atriz de recursos, Débora Duboc explora grande parte do seu potencial, afinal, passa a sessão inteira presa a uma cama e, como a personagem exige, movimentando só a cabeça. Lili é feliz, otimista, trata os colegas de hospital como família, canta e, quando se indigna, é porque não dá para se calar diante de certas situações. Débora Duboc ganha o público com as expressões faciais e delicadas nuances. A direção de Débora Dubois, no entanto, foi muito rígida e não embarcou no caráter libertário da personagem. O solo se mostra engessado e, como é inevitável manter a intérprete imobilizada, faltou a exploração de recursos cênicos que pudessem contribuir para um dinamismo. Bons exemplos são as quebras promovidas quando a atriz canta a música O Que É que Há?, apoiada na gravação de Fábio Jr. ao fundo, e as projeções de fotos no encerramento (65min). 12 anos. Estreou em 15/8/2019.