A Última Dança
- Direção: Fernanda Bueno
- Duração: 60 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Regras não existem, mas é bem comum um artista se destacar ao investir em um espetáculo apoiado no terreno pessoal. Presença frequente nos palcos, a atriz paulistana Natalia Gonsales, de 32 anos, dá um salto no monólogo A Última Dança, dramaturgia construída por César Baptista com base nos diários da escritora e filósofa francesa Simone Adolphine Weil (1909–1943). Moça fina, elegante e sincera da Paris do início do século passado, Simone se tornou operária para escrever sobre as condições de trabalho nas fábricas e opressão social. Assim como a personagem que a inspirou, Natalia é bailarina, tem um físico delicado e, na peça, deixa nas entrelinhas que se desviou de um caminho óbvio para se tornar atriz. Entre o confessional e o documental, a protagonista abre mão da modéstia e traça um paralelo entre a sua biografia e a de Simone. Ela investe na dramaticidade ao representar o duro cotidiano de um trabalho mecânico, as escassas horas de sono e os descuidos com a saúde em nome de um caminho escolhido. Concebida por Natália, Baptista, Fernanda Bueno e Janaína Suaudeau, a montagem cresce progressivamente até o belo desfecho: Natalia dança e se, naquele momento, representa a si mesma ou a Simone não vem ao caso. Estreou em 13/6/2016. Dia 11/4/2017.