A Maldição da Freira

Resenha por Miguel Barbieri Jr.

Em seu primeiro longa-metragem, a diretora Aislinn Clarke bebe na fonte de A Bruxa de Blair, porém reinventa o formato com criatividade. Se sua realização é o grande trunfo, a história fica acorrentada a um modelo preestabelecido sem poder alçar voo próprio. A Maldição da Freira é ambientado na Irlanda de 1960 e enfoca a investigação de dois padres. O veterano Thomas (Lalor Roddy) e o jovem John (Ciaran Flynn) chegam a uma instituição, comandada por uma freira tirana (Helena Bereen), para verificar se as estátuas da Virgem Maria estão mesmo chorando lágrimas de sangue. O local, durante muitos anos, serviu de abrigo para mães solteiras, prostitutas e órfãos. O novato sacerdote é o cameraman que filma os depoimentos e registra momentos de tensão e terror. O que se vê na tela, portanto, são essas imagens, captadas como se fossem documentais, que ressaltam, inclusive, a granulação e o tom esmaecido dos antigos filmes caseiros. Direção: Aislinn Clarke (The Devil’s Doorway, Inglaterra/Irlanda, 2018, 76min). 14 anos. Estreou em 28/2/2019.

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