Jazz dita o ritmo de seis botequins
Clubinhos dedicados ao estilo atraem a clientela com shows quase todos os dias
Comandado pelo sempre presente Antônio Augusto Deleuse, fundador do lugar, o clubinho de jazz impressiona pela longevidade. Promove shows do gênero há dezessete anos — detalhe: de segunda a sábado e com atrações diferentes a cada noite. Intimista e de iluminação rarefeita, o espaço é decorado com pôsteres de mitos como Miles Davis, Billie Holiday e Thelonious Monk. Alguns dos trios, quartetos e quintetos que compõem a programação se apresentam escudados por cantoras. Não deixe de conhecer o piso superior, onde o proprietário mantém uma simpática lojinha de CDs.
Em que outro bar da cidade se pode ser atendido por garçons alinhados em impecáveis smokings? Assim é o elegantíssimo e discreto Baretto, aninhado no térreo do Hotel Fasano. Tudo lá dentro parece idealizado para que o cliente tenha uma noite cinco-estrelas. Entre os detalhes que compõem sua atmosfera estão paredes forradas de veludo cotelê, piso de peroba rústica e sofás franceses de couro verde. A iluminação calculadamente rarefeita confere ares românticos ao ambiente, com apenas 64 lugares. Diariamente, dois conjuntos embalam a noite: o trio de Moacir Zwarg (das 9 da noite à 1 da madrugada) e o quarteto do também excelente pianista Mário Edison (até as 3). Eles acompanham a voz das cantoras Lorena Lobato, Anna Setton, Grazielle Carvalho e Giana Viscardi em standards do jazz, da MPB e da canção americana.
Na ativa desde 1993, mantém-se firme e forte como um dos endereços de música ao vivo mais importantes da cidade. Estrelas de primeira grandeza não só já tocaram no ambiente inspirado na atmosfera de Nova Orleans como deixaram lembranças para a decoração. O melhor exemplo é uma guitarra Lucille do mestre do blues B.B. King, exposta logo na entrada numa redoma de vidro. Bem variada, a programação alterna atrações de jazz, funk, soul, r&b, blues, música latina e cantoras da nova MPB.
Num contraponto à maioria dos endereços da Vila Madalena, despontou pela carga romântica e pela programação musical, escolhida a dedo por um dos sócios, André Guilger. Tais predicados renderam ao bar no ano passado o prêmio de melhor música ao vivo, segundo o júri de VEJA SÃO PAULO. No ambiente de estilo rústico-chique, todo à meia-luz, apresentam-se competentes formações, como o trio Hammond Grooves (às quintas), do guitarrista Daniel Daibem; e o divertido quarteto GroofBoogaloo (às sextas).
Às quintas, o porão desta loja de antiguidades se transforma num speakeasy — os bares propositalmente escondidos da época da Lei Seca americana. Para entrar, é necessário tocar a campainha e aguardar para ser atendido. O espaço, compartimentado em vários ambientes, tem como chamariz shows de jazz. Em sintonia com o som, a decoração combina paredes de tijolinho e iluminação difusa. Fique ligado: o bar só aceita cheque e dinheiro. Nas demais noites, o endereço pode ser reservado para festas de aniversário e eventos.
Em frente ao portão principal do Cemitério São Paulo, esta casinha de paredes vermelhas e ares alternativos é um conhecido endereço em Pinheiros para ouvir jazz ao vivo. Já teve, porém, aparência mais bem cuidada. Os shows, superintimistas, rolam num espaço com apenas nove mesas, precedido por um salão sem visão para os músicos.