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As curiosidades do GP Brasil

VEJA SÃO PAULO revela alguns bastidores e surpresas do Grande Prêmio Brasil

Por Daniel Nunes Gonçalves, Fernando Cassaro e Maria Paola de Salvo
Atualizado em 6 dez 2016, 09h05 - Publicado em 18 set 2009, 20h28

1. O evento mais lucrativo da cidade

140 000

espectadores são esperados para os três dias de competição, metade deles especificamente para o domingo da corrida

615 reais

é quanto cada turista brasileiro deixa por dia, em média, na cidade

6 em cada 10

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visitantes vêm de fora de São Paulo, sendo que dois são estrangeiros

420 reais

era o preço dos ingressos mais baratos para o dia da corrida (eles se esgotaram em maio)

230 milhões de reais

é o total movimentado no setor turístico (a conta engloba de gastos com alimentação a hospedagem). Trata-se do evento mais lucrativo de São Paulo

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2. Roupa suja se lava no hotel

Durante a semana do GP, as lavanderias do Grand Hyatt (foto) e do Hilton, dois hotéis que têm 80% de seus quartos reservados para as escuderias, ficam lotadas de macacões dos pilotos de suas equipes. De terça a domingo, cada uma delas lava pelo menos 120 uniformes – o Grand Hyatt cobra 100 reais por peça e o Hilton, 47. Para não prejudicar o acabamento, os macacões são enxaguados em água morna e secados ao ar livre. Confeccionados com uma fibra chamada Nomex, que suporta temperaturas de até 400 graus, eles são projetados para proteger o piloto de incêndios por pelo menos doze segundos.

3. As superstições de Massa

· Vai vestir a surrada cueca branca que usa desde sua vitória no GP da Turquia, em 2006.

· No dia da corrida sai com o pé direito da cama e, já na pista, calça primeiro a sapatilha e a luva direitas.

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· Se no dia do treino for bem e tiver escovado os dentes da esquerda para a direita, repetirá o ritual no dia da prova.

· Antes da corrida, sua mulher, a empresária Anna Raffaela Bassi, devota de Santa Teresinha, costuma colocar uma imagem da santa sobre o macacão do marido e rezar o terço, comprado em Roma.

· No Grande Prêmio da China deste ano, o casal entrou na sala de descanso montada pela Ferrari dentro do autódromo e notou que o tapete era o mesmo que havia sido utilizado no Grande Prêmio da Malásia, prova que Massa não conseguiu terminar. O piloto pediu para a escuderia mudar o tapete o mais rápido possível. Pedido atendido.

4. A doce vida dos astros das escuderias

Há dezesseis anos, o chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, se hospeda na mesma suíte Itamaraty de 138 metros quadrados e diária de 4 526 reais do Hotel Transamérica. Já o lar brasileiro do manda-chuva da McLaren, Ron Dennis, é a suíte presidencial do Hilton (foto). Ao custo de 15 000 reais por dia, Dennis tem a seu dispor 360 metros quadrados. Hospeda-se ali desde 2002.

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5. Comboio de 120 caminhões

Vindos do último GP da China, seis Boeings 747 aterrissaram na semana passada no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, carregando 600 toneladas de equipamento. Pneus, motores, caixas de câmbio, computadores, aparelhos eletrônicos e milhares de peças são acondicionados em caixas e estojos protegidos. Os carros viajam em boxes separados. Para transportar toda a carga até o Autódromo de Interlagos, são necessários cerca de 120 caminhões, 350 funcionários e a escolta armada de veículos particulares e da Polícia Militar.

6. Tudo por um lugarzinho na arquibancada

Os ingressos para o domingo se esgotaram em maio. Para os paulistanos fanáticos e pouco prevenidos, uma alternativa foi adquirir entradas atreladas a pacotes. Resultado: houve gente comprando ingresso casado com hotel, traslados e festas oferecidos pelas nove agências de viagem cadastradas pela prefeitura. Os preços do bilhete com a festa chegavam a 1 900 reais por pessoa.

7. “Só não aceito sogra e cachorro”

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Ao final do Grande Prêmio do ano passado, 25 instituições de caridade foram beneficiadas com as sobras de alimentos (cerca de 1 tonelada de verduras, frutas e massas) dos diversos banquetes oferecidos em espaços vips e boxes das equipes. A responsável por fazer o meio-de-campo entre doadores e entidades é Claudia Troncoso, coordenadora da Associação Brasileira de Redistribuição de Excedentes. “Recebemos também fogões, microondas, guardanapos, copos e talheres”, conta. “Só não aceito sogra e cachorro.”

8. Em busca do melhor ângulo

Cerca de 350 jornalistas de todo o mundo estão credenciados para a cobertura do GP Brasil em Interlagos. Dos setenta fotógrafos, doze são daqui. “O final da reta é o ponto mais disputado”, diz Miguel Costa Junior, que fotografou todos os GPs Brasil nos últimos 27 anos. “Mas é a organização que decide onde cada um vai ficar. Sempre prioriza as agências internacionais.” Mesmo antes de carregar a bolsa com 15 quilos de equipamentos (só de lentes, são 6), Costa Junior já freqüentava o autódromo. “Assisti a todas as etapas de São Paulo desde 1972 e fotografei Barrichello, Massa e Nelsinho quando eram crianças, no kart.”

9. Dois quilos a menos 71 voltas depois…

Entre os dezoito circuitos da temporada, o de Interlagos é o mais desgastante, segundo o preparador físico de Felipe Massa, Vanderlei Pereira. O trecho da Curva do Sol, por exemplo, chega a exercer uma pressão de cerca de 50 quilos sobre o pescoço dos pilotos. “Se o dia estiver quente, perdem-se até 2 quilos e 1 500 calorias numa corrida”, diz Pereira, que usa um aparelho que simula as condições da pista no treinamento de seus pupilos.

10. O dia em que Barrichello queimou o bumbum

Os médicos de pista fazem 200 atendimentos no fim de semana da corrida, remediando desde contusões até simples dores de cabeça. “Há uns dez anos Rubens Barrichello chegou com o bumbum queimado de combustível”, lembra o cirurgião Dino Altmann. “Sorte que não foi nada grave.”

11. Caipirinha, o combustível dos mecânicos?

Durante a semana do GP, hotéis como o Hilton e o Transamérica vendem o triplo de caipirinhas (a tradicional, de pinga e limão, é a preferida). “Boa parte dos hóspedes começa a beber já no café-da-manhã”, afirma Vania Aibara, gerente-geral de vendas do Transamérica. “À noite, eles repetem o ritual.” Ou melhor, a dose.

12. Louco por picanha malpassada

O piloto inglês Lewis Hamilton adora uma churrascaria. Na última terça (28), como registrado na foto abaixo, ele se esbaldou com picanha malpassada fatiada e batatas fritas. Onze pessoas participaram do rega-bofe no rodízio Fogo de Chão da Avenida dos Bandeirantes. Outra unidade da rede, em Santo Amaro, foi palco de uma cena inusitada no ano passado. Após perder a corrida final para Kimi Raikkonen, da Ferrari, Hamilton encontrou o time rival na mesa vizinha. Cumprimentou a todos, um a um, e ainda autografou a roupa de alguns mecânicos da Ferrari.

13. A gorjeta de 500 dólares de Ron Dennis

Ainda na Fogo de Chão. O inglês Ron Dennis, o todo-poderoso da McLaren, sabe como conseguir um atendimento diferenciado na churrascaria. “Ele chega, coloca 500 dólares na mesa e pede o de sempre”, diz Jandir Dalberto, diretor de operações da rede. O de sempre é um peito de peru recheado com bacon, acompanhado de molho à base de pimenta. “No fim, além de deixar o dinheiro ali, ainda paga 15% pelo serviço.”

14. Havaianas, paixão mundial

A franquia das Havaianas em Moema vende 150 pares por dia durante a semana do GP, 30% mais que o movimento normal. A loja tem funcionários bilíngües para atender a leva de estrangeiros, boa parte deles membros das equipes. O modelo mais procurado é aquele tradicional, com a bandeirinha do Brasil (foto), que custa 19,90 reais. Os chinelos personalizados com cristais Swarovski também saem bastante. Nesse caso, por 260 reais.

15. 2 000 homens para organizar o trânsito

Para ninguém perder a largada do GP, a prefeitura organizou uma operação que mobilizará 2 000 agentes (praticamente todo o seu efetivo) e 300 veículos. A coordenação ficará a cargo de uma central de operações montada dentro do autódromo. Nas ruas em torno do circuito serão reservados espaços para estacionamento de 25 000 carros de passeio. Já para quem pretende deixar o carro em casa, a SPTrans vai colocar à disposição 240 ônibus articulados partindo de cinco miniterminais e estimular o uso do trem, com uma estação a 600 metros da pista. Essa estrutura custará 1,3 milhão de reais aos cofres municipais.

16. A vira-lata de Schumacher

Autografado por nomes como Damon Hill e Michael Schumacher, o livro de hóspedes do Hotel Transamérica tem também a marca de uma das patas da cadela Floh (pulga, em alemão). Em 1996, o piloto alemão encontrou a vira-lata dando sopa no Autódromo de Interlagos e a levou para casa. Na época, a cachorra foi tratada a pão-de-ló, com direito a pratos preparados por chefs de cozinha e massagens num pet shop cuja diária custava 190 reais.

17. O troféu reciclável de Niemeyer

Quem terminar a prova deste ano nas três primeiras posições vai levar um troféu desenhado por Oscar Niemeyer. O arquiteto se baseou nas curvas do Palácio da Alvorada, em Brasília, e usou material de origem vegetal, conhecido como plástico verde. A vantagem desse produto é ele ser totalmente renovável. Resta saber que campeão vai querer reciclar o seu troféu…

18. Até 70 000 reais na Daslu

A Daslu se transforma em filial de Interlagos na sexta e no sábado que antecedem a corrida. “São os dias mais cheios do ano. Só perdem para o Natal”, diz a proprietária, Eliana Tranchesi. Michael Schumacher já passou por lá em 2006 e Nelsinho Piquet é cliente cativo. “Nessas ocasiões, tem gente que gasta até 70 000 reais”, conta. Pilotos são fãs das camisas pólo da marca e as mulheres costumam abastecer o guarda-roupa de bolsas Chanel.

19. Esquadrão de carros brancos

As empresas de táxi da cidade destinaram 1 500 veículos para atender aos bolsões de estacionamento do Autódromo de Interlagos. Para 3 000 dos 34 000 taxistas de São Paulo que trabalharão na semana do GP, este é o momento melhor para fazer um pé-de-meia. “Nesta época, a gente trabalha o dobro para compensar o baixo movimento de janeiro e fevereiro do ano seguinte”, diz o taxista Wellington Lima de Araújo, a bordo de um Fiat Doblò. Na semana do GP, ele roda cerca de 200 quilômetros e ganha 200 reais por dia. Gorjetas em euro, dólar e iene são comuns. “No ano passado, um turista me deixou 50 dólares (cerca de 100 reais) para pagar uma corrida que custou 40 reais”, lembra.

20. A homenagem do chefão da Williams

Quando vem ao GP Brasil, Frank Williams, chefe da escuderia de mesmo nome, visita o túmulo de Ayrton Senna, que morreu num dos carros da equipe, em 1994. O manda-chuva também é fiel a outras tradições: hospeda-se sempre no Transamérica e detesta ser visto. Só sai da suíte pelo elevador de serviço, que dá acesso direto à garagem do hotel.

21. Cinqüenta médicos de doze especialidades

Esporte de alto risco, a Fórmula 1 exige um suporte médico impressionante. A equipe de 120 pessoas do Hospital São Luiz, há oito anos responsável pelo atendimento médico de emergência, inclui cinqüenta profissionais de doze especialidades, de cirurgia plástica a ortopedia. Com UTI e sala especial para queimados, o centro médico de Interlagos, no interior do circuito, ganhou neste ano uma estrutura fixa de hospital. Os acidentados serão transportados para ali em um dos dezesseis veículos de resgate, e as vítimas mais graves, transferidas para a unidade hospitalar do Morumbi em um dos dois helicópteros de plantão.

22. As garotas do grid

Em um ambiente tipicamente masculino como o da Fórmula 1, são as beldades que chamam atenção. No grid, serão 22 modelos posicionadas ao lado dos pilotos para segurar um guarda-sol. A ordem em que ficarão só será definida minutos antes da largada, mas elas já têm os preferidos. “Se pudesse escolher, pediria para ficar ao lado do Fernando Alonso”, diz Denise Bertelli, de 24 anos. Mas, enquanto a prova não começa, elas têm de levar na esportiva os comentários dos mecânicos que param o trabalho para vê-las passar. “Eles falam algumas gracinhas para a gente, mas o jeito é tapar os ouvidos para essas provocações”, afirma Nathalia Melandre, de 22 anos. Porém, se o gracejo for feito com delicadeza, elas garantem não reclamar. “Faz bem para o ego”, admite Roma Santa, de 23 anos.

23. Festão antes do bye-bye

No circuito desde 1994, o piloto escocês David Coulthard, da Red Bull, fará sua última corrida em Interlagos. E marcou a despedida com um jantar fechado para 100 íntimos na casa noturna Museum, no Brooklin. Ele, aliás, já teve laços na cidade. O piloto manteve um relacionamento duradouro, digamos, com uma brasileira. Conheceu sua ex-noiva, a arquiteta e ex-modelo Simone Abdelnur, em uma festa promovida por Ana Paula Junqueira na semana do GP de 2001. Os dois ficaram juntos por cinco anos.

24. Reforço no Café Photo

A semana da Fórmula 1 é a mais aguardada pelas casas de diversão masculinas da cidade. O Café Photo, por exemplo, quadruplicou o número de garotas. Seiscentas moças se preparam para dar conta do aumento no número de clientes. Em dias normais, 150 trabalham no local.

25. Acelera, Galvão!

Em 34 anos de Fórmula 1, o locutor Galvão Bueno coleciona histórias. A mais marcante para ele tem como protagonista o piloto Ayrton Senna. Em 1991, com problemas no câmbio, ele venceu a prova de maneira dramática em Interlagos. Exausto, o piloto teve dificuldade até para subir ao pódio. A caminho do heliponto, acompanhado de Galvão e de seu filho Cacá (hoje piloto da Stock Car), o tricampeão mundial deu a taça ao garoto para que ele a carregasse até a aeronave. “Cacá tinha 14 anos e era kartista. Ele não sabia nem o que fazer quando recebeu um troféu de Fórmula 1 das mãos de Senna”, lembra. Neste ano, Galvão estará a postos para mais uma transmissão pela Rede Globo. A estrutura montada conta com 22 câmeras e 400 profissionais.

26. Ele foi a todos os últimos doze GPs!

O administrador de empresas Augusto Roque, 28 anos, nasceu durante a vitória de Rene Arnoux, da Renault, no GP Brasil de 1980. “Meu pai deixou o autódromo e foi direto para o hospital acompanhar o parto de minha mãe”, diz ele, que acabou herdando o mesmo fanatismo pelos motores. Desde 1996 não falha em uma única corrida. “Para garantir o ingresso, compro no primeiro dia de abertura das bilheterias”, afirma. No ano passado, achou na pista uma parte do carro do finlandês Heikki Kovalainen, da McLaren. Voltou para casa todo contente, enquadrou o troféu e o pendurou na sala.

27. Os bambambãs de Interlagos

Os pilotos que mais venceram no autódromo paulistano

Quatro vezes

Michael Schumacher – 1994, 1995, 2000 e 2002

Duas vezes

Emerson Fittipaldi – 1973 e 1974

Ayrton Senna – 1991 e 1993

Mika Hakkinen – 1998 e 1999

Juan Pablo Montoya – 2004 e 2005

28. Depois do pódio, a gandaia

Pelo quarto ano consecutivo, a escuderia Red Bull prepara uma balada de encerramento para 2 500 convidados na cidade. Tradicionalmente realizada em lugares descolados, a festa será no auditório do Memorial da América Latina. O público também deve ser diferente. Em vez das celebridades de sempre, esperam-se muitas modelos desconhecidas e vários marmanjos das equipes.

29. Pintor de capacetes fica de plantão

Uma das personalidades do automobilismo nacional que ficam em alerta no fim de semana do GP do Brasil é Cloacyr Sidney Mosca, o Sid Mosca. Com mais de 35 anos de experiência na pintura personalizada de capacetes, ele já precisou retocar a imagem de cascos e até de carros em corridas passadas. “Em 2005, passei a noite de sexta para sábado redesenhando o capacete de Giancarlo Fisichella, da Renault, pois uma asa tinha sido removida”, lembra Mosca, que normalmente leva uma semana para fazer uma pintura completa. Neste ano, ele pintou o novo capacete que Rubens Barrichello estreará em homenagem ao piloto paulistano Ingo Hoffmann. O da foto, também criado por ele, Barrichello usou na sua corrida de número 257, em maio, na Turquia.

30. Uma Fittipaldi na torre de controle

Oito em cada dez pessoas que trabalham no staff do GP Brasil são mulheres. Fica na torre de controle, com a cúpula da Federação Internacional de Automobilismo, uma das mais experientes: Susy Fittipaldi, mãe de Christian, ex-mulher de Wilsinho e cunhada de Emerson. “Eu queria estar por perto da família, mas ficava aflita ao assistir às corridas, então passei a trabalhar com isso”, conta Susy, que fala sete idiomas. Inicialmente fazia cronometragem, depois foi para a sala de imprensa e hoje é secretária dos comissários da prova. É ela quem comunica, por exemplo, as punições às equipes.

31. Eles não vivem sem massa

Além das toneladas de equipamentos, a escuderia da Ferrari carrega para todas as corridas uma carga indispensável à equipe: 100 quilos de macarrão grano duro. Esse é o combustível do time italiano nas 600 refeições servidas de quinta a domingo.

32. Identidade secreta

O concierge do Hilton, Alessandro Cordeiro, costuma fazer reservas para os pilotos em restaurantes como o D.O.M. e o Figueira Rubaiyat com nomes fictícios dois meses antes do GP. “Como sei que sempre querem ir de última hora, já me antecipo”, diz ele, que revela a verdadeira identidade dos craques apenas no dia do jantar.

33. Assim na terra como no céu

Além de provocar filas quilométricas nas ruas, o GP causa trânsito intenso no céu. No sábado e no domingo da corrida, uma revoada de cinqüenta helicópteros deve transportar 1 800 pessoas e realizar 600 pousos e decolagens. Para fugirem dos congestionamentos, pilotos, celebridades e profissionais da corrida costumam desembolsar 1 500 reais por viagem. “No mercado de táxi aéreo, esse é o maior evento em toda a América Latina”, diz Luís Roberto Coutinho Nogueira, presidente da LRC Eventos, responsável pelo serviço no autódromo. Segundo ele, o transporte aéreo em competições de Fórmula 1 é invenção brasileira. Nasceu em 1990 como alternativa para driblar o trânsito. Hoje, o tráfego de helicópteros em Interlagos está entre os mais intensos de todos os GPs. “Equivale ao de Silverstone e ganha do de Monza”, afirma Nogueira.

34. O médico piloto

Apaixonado por automobilismo desde criança, o cirurgião Dino Altmann começou a trabalhar como médico do GP Brasil em 1990 para ficar próximo dos motores. “É ótimo poder juntar o automobilismo e o atendimento de emergência”, diz o atual diretor médico da prova, que correu de kart por quinze temporadas e chegou a vencer uma corrida de fórmulas em Donington Park, na Inglaterra, em 1997. “Nos últimos sete anos, só fiz corridas esporádicas”, diz. Nas doze etapas nacionais da Stock Car, Altmann acumula a função de diretor médico com a de piloto do carro médico, o primeiro a se aproximar de um competidor acidentado. Se ele gostaria de fazer o mesmo na Fórmula 1? “Até gostaria de pilotar”, afirma. “Mas a Federação Internacional de Automobilismo já tem outro médico piloto, o francês Jacques Tropenat.” Por enquanto, pilotar o carro médico da Fórmula 1 é apenas um sonho.

35. Um batalhão de voluntários

Os 600 voluntários que trabalham nas atividades de pista têm uma rotina desgastante. Encontram-se às 5 horas da manhã, trabalham de sol a sol e ganham em troca lanchinhos, uniforme emprestado e satisfação. “Estou aqui por amor ao esporte”, diz o consultor de segurança Flavio Perillo, que passou os últimos trinta anos, dos seus 50, prestando serviços gratuitos ao GP. Antes de conseguir essa boquinha, ele entrava na pista escondido nos caminhões das equipes. Outro hobby era colecionar partes de carros quebrados. “Guardei um bico da Brabham e um aerofólio do Copersucar”, conta. Hoje em dia Perillo abriu mão da coleção. “O regulamento pede que todas as partes dos carros sejam devolvidas às equipes.”

36. O mais solicitado

Apesar de ser o segundo colocado no ranking do campeonato, Felipe Massa é líder em pedidos de entrevistas: até o último dia 29 foram trinta, embora só tenha concedido dez. Por isso, desde que aterrissou por aqui no último dia 21, quase não ficou em seu apartamento no Panamby. Compareceu a oito compromissos e teve de negar outros dois. Ainda arrumou tempo para ciceronear seu empresário e padrinho de casamento, Nicolas Todt – filho do ex-diretor da Ferrari Jean Todt – , que está hospedado em sua casa. Dono de um Porsche Cayenne e de uma Ferrari, ele tem circulado por aí com um Fiat Linea, carro com o qual deve ir a Interlagos no domingo.

37. Para evitar gafes na bandeirada

A cantora Fafá de Belém cantará o Hino Nacional no domingo. Já a bandeirada final não ficará a cargo de ninguém famoso. Até segunda ordem, o próprio diretor de provas, o arquiteto Carlos Montagner, balançará a bandeira quadriculada sobre os carros dos primeiros colocados. “A experiência com o Pelé não deu certo”, diz Montagner, lembrando a prova de 2002, quando o vencedor, Michael Schumacher, passou tão rápido que o rei do futebol nem conseguiu mexer a bandeira. Em 2004, a modelo Gisele Bündchen cumpriu a função direitinho.

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