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Nova Cracolândia altera rotina de colégios na região central

Secretaria de Segurança informou que o 13.º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, responsável pela região, realiza o policiamento preventivo na área

Por Estadão Conteúdo
20 jun 2017, 09h06

O surgimento de uma nova Cracolândia na Praça Princesa Isabel, no centro, já mudou a rotina de escolas da região. A Escola de Música do Estado (Emesp), por exemplo, teve aulas suspensas à noite nos primeiros dias após a ação policial na Cracolândia, há um mês. Com medo de assaltos, alunos saem das aulas mais cedo e em grupos, além de fazer caminhos alternativos.

Segundo a Secretaria da Cultura, as aulas também foram encerradas mais cedo entre os dias 21 e 28 na Emesp e têm sido repostas segundo “a disponibilidade dos professores e alunos”.

Em maio, um grupo de alunos já havia sido alvo de arrastão na saída da escola e teve instrumentos musicais e pertences roubados. “Foi tudo muito rápido, demos três passos e já nos agarraram. Queriam levar o meu violino, mas eu consegui agarrar, só quebrou o case (estojo)”, afirmou o estudante Marcus Held, de 24 anos. Dois colegas que estavam com ele tiveram os instrumentos roubados – um violino e uma flauta.

Alunos da Emesp se mobilizaram para ajudar o músico Victor Tamarindo, de 24 anos. Eles organizaram uma “vaquinha” por meio do site Catarse e, em um dia, conseguiram arrecadar 3 940 reais. O jovem acabou ganhando um novo violino de uma mulher que se sensibilizou com a situação.

Na Senai Informática, na Alameda Barão de Limeira, no centro, estudantes relatam que os usuários de droga na região ficaram “mais violentos” e, para evitar abordagens, estão indo embora em grupos para as estações de metrô. “Vamos em conjunto de oito pessoas e andando o mais rápido possível”, afirmou Matheus Santos, de 17 anos, que sai da aula por volta das 17 horas.

Já na Rua Guaianases, na Escola Técnica Doutora Maria Augusta Saraiva, estudantes pediram à direção que solicitasse uma viatura para ficar na frente do colégio, uma vez que as aulas acontecem à noite. Procurado, o Centro Paula Souza, responsável pelas Etecs, disse que repassou a demanda à Secretaria da Segurança Pública (SSP).

“Não podemos nem ir ao bar depois da aula, está todo mundo com medo”, disse a aluna de Comunicação Visual Gabriela Pires, de 20 anos. Ela relatou que menos alunos têm participado das aulas após o intervalo, pois preferem ir embora cedo.

Eles também deixaram de ir a pé para o metrô desde a “mudança” de lugar da Cracolândia e agora pegam um ônibus até a estação. “As pessoas ficaram receosas”, admitiu a estudante de Segurança do Trabalho Noelia Duarte, de 28 anos.

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Procurada, a SSP informou que “o 13.º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, responsável pela região da Nova Luz, realiza o policiamento preventivo na área da Praça Princesa Isabel com o objetivo de coibir os crimes, inclusive em torno de escolas, com o destacamento de equipes de Ronda Escolar”.
Enquanto isso, nos colégios que ficavam no centro da antiga Cracolândia, o clima é de otimismo. Na Escola Estadual João Kopke, por exemplo, que fica na Alameda Cleveland, bem no meio do antigo “fluxo”, o professor de Língua Portuguesa Denis Clemente comemora a mudança. “Já aconteceu de precisar suspender aula quando tinha confrontos com a polícia. Deixávamos os alunos dentro da escola até acabar tudo.”

A uma quadra da João Kopke, pais de alunos do Liceu Coração de Jesus também viram melhorias. “Fui a uma festa junina da escola no fim de semana e até conseguimos tirar fotos na rua”, disse a auxiliar administrativa Diana Oliveira, de 35 anos.

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