Nine
- Direção: Rob Marshall
- Duração: 118 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: EUA/Itália
- Ano: 2009
Resenha por Miguel Barbieri Jr
Sete anos depois de levar às telas o musical
Chicago, Marshall retoma o gênero.
Transpõe, sem o mesmo pulso e talento, o espetáculo
homônimo da Broadway, inspirado livremente
no clássico Fellini Oito e Meio. No Oscar 2010,
concorre a melhor direção de arte, fotografia, canção
e atriz coadjuvante (Penélope Cruz). Pouco à
vontade no papel, Daniel Day-Lewis encarna Guido
Contini, um realizador que, prestes a começar
seu nono filme, é abatido por uma crise artística.
Decidido a espairecer, sai dos estúdios de Cinecittà,
em Roma, para um hotel à beira-mar. O roteiro,
então, pretende dar conta das lembranças de Contini
e de seu tumultuado presente. Surgem, então,
as mulheres de sua vida — da amante destemperada
interpretada por Penélope Cruz à prostituta da
infância na pele da cantora Fergie. Nicole Kidman
pretende homenagear Claudia Cardinale, mas seu
visual lembra mais o de Anita Ekberg em A Doce
Vida. A melhor do elenco, a francesa Marion Cotillard
— que ganhou o Oscar por Piaf — faz a
mulher do protagonista, antes uma personagem de
Anouk Aimée. Números musicais pouco empolgantes,
trilha sonora insossa e encenações titubeantes
decretam a ineficiência do projeto. Por se tratar
de um tributo a Federico Fellini (1920-1993), chega
a ser um disparate não incluir uma única protagonista
italiana. Sophia Loren está lá, mas nem
conta. Representando a “mamma” e mumificada
que só, suas raras aparições ganham ares patéticos.
Estreou em 29/1/2010.