USP desenvolve método de descontaminação de máscaras hospitalares

Equipamento é indispensável e está em falta no país. Saiba mais

Por Agência Brasil
20 abr 2020, 20h02
USP: equipamento de proteção está em falta no país e é um item indispensável para proteger os profissionais de saúde (Bruno Niz/Veja SP)
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O Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos (IFSC) desenvolveu um método para esterilização e reciclagem de máscaras hospitalares. O equipamento de proteção está em falta no país e é um item indispensável para proteger os profissionais de saúde da infecção, por exemplo, do coronavírus.

Os funcionários que fazem o atendimento direito com os pacientes usam geralmente o modelo N95 ou PFF2, que tem grande eficiência em bloquear vírus, como o coronavírus, e demais microrganismos nocivos à saúde. Esse tipo de máscara, no entanto, é descartável, e os hospitais estão encontrando dificuldade em fazer sua reposição. De acordo com o IFSC, os profissionais de saúde estão utilizando o equipamento, por não haver outra opção, por mais de sete dias.

“Estamos vivendo agora um momento de escassez, ao ponto de profissionais da saúde estarem usando máscaras por até sete dias, ou mais. Isto é um problema que coloca em risco os profissionais da saúde, que neste momento são os que devem ser mais preservados. Para amenizar este problema, teremos que reciclar as máscaras”, diz comunicado da instituição.

Ozônio

A solução encontrada pelo Instituto de Física de São Carlos foi criar uma câmara de ozônio segura para a desinfecção das máscaras. O gás é reconhecido como um dos mais rápidos e eficazes agentes microbicidas, tanto para bactérias quanto para vírus. Sua ação destrói lipídios, proteínas e aminoácidos, e é bastante agressivo ao material genético.

Nos vírus, o ozônio age oxidando a camada proteica (envelope do vírus), modificando sua estrutura e destruindo completamente sua funcionalidade. Bactérias e fungos também não resistem a sua aplicação. “Ao colocar em seu interior as máscaras, o sistema passa por ciclos de vácuo e atmosfera saturada de ozônio, penetrando em todos os lugares das máscaras e promovendo sua descontaminação”, explica o IFSC.

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Em cada sessão, são feitos sete ciclos de desinfecção, levando um tempo total de duas horas para que todas as máscaras estejam descontaminadas e prontas para serem usadas novamente. A câmara desenvolvida tem capacidade de descontaminar de 800 a mil máscaras por ciclo, e pode ainda descontaminar outros tipos de equipamentos de proteção.

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