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Estudo da Fiocruz ressalta importância de vacinar crianças contra Covid

Ritmo de vacinação de 1ª dose vem desacelerando; imunização é estratégia importante para elevar cobertura vacinal de toda a população

Por Clayton Freitas
Atualizado em 21 dez 2021, 20h01 - Publicado em 21 dez 2021, 19h23
Profissional de saúde segura injeção e aplica vacina no braço de uma jovem
Adesão à primeira dose de pessoas de 12 a 19 anos foi alta; segunda dose não (Prefeitura de São Paulo/Divulgação)
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Um estudo elaborado por pesquisadores da Fiocruz indica que a vacinação de crianças contra a Covid-19 é uma importante estratégia para elevar a cobertura vacinal de toda população brasileira.

Segundo análise dos quatro autores, desde o mês de setembro, a partir da 36ª semana epidemiológica, o ritmo da vacinação com a 1ª dose no país vem desacelerando. Esse ritmo caiu ainda mais a partir do dia 9 de outubro, chegando a média de 0,08%. Isso indica, segundo os pesquisadores, que a vacinação está próxima de seu limite, embora 84,86% da população já esteja apta a se vacinar. Até a publicação do estudo, esse índice era inferior, de 74,95%.

+ Ausência de vacina para crianças pode elevar casos de Covid nas escolas

Disponível em formato preprint à Revista Brasileira de Epidemiologia, ou seja, ainda sujeito à revisão de pares, o estudo intitulado “Como superar a estagnação da curva de cobertura da vacina de primeira dose contra covid-19 no Brasil?” afirma que uma das formas de superar essa estagnação é ampliando as faixas elegíveis, sobretudo com a imunização de crianças.

“É razoável supor que a estagnação no país guarda maior relação com dificuldade de acesso do que propriamente recusa em receber a vacina”, escrevem os autores.

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O que eles fizeram foi levantar dados de vacinação de todas as unidades da federação até a semana epidemiológica 47, que corresponde a última semana de novembro.

Até a data, ainda não havia a definição sobre a liberação de vacinas contra a Covid-19 para crianças pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A agência só aprovou o uso da versão pediátrica do imunizante da Pfizer apenas no dia 16 de dezembro.

Essa decisão foi questionada tanto pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, quanto pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Uma audiência pública foi marcada para o início do mês de janeiro para discutir o assunto.

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Traçando um histórico da vacinação, os pesquisadores lembram que a vacinação teve quatro fases distintas. A imunização teve início no país no dia 17 de janeiro, em São Paulo. Porém, foi muito lenta devido à falta de imunizantes. Foram necessárias dez semanas para que ela atingisse a sua segunda fase, a faixa etária de 70 anos. A terceira fase, que abrangeu a faixa etária de 60 anos, foi mais rápida, e a última delas, a quarta, marcou a desaceleração.

Raphael Guimarães, pesquisador em saúde pública da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fiocruz e um dos autores do estudo, diz que o ritmo de vacinação foi desigual no país. “Foi sistematicamente maior nos estados das regiões Sul e Sudeste”, afirma.

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Na outra ponta estão os estados do Norte, com cobertura menor. Um dos motivos que pode explicar isso é o fato desses estados concentrarem populações mais jovens. “É importante ressaltar que, além de aspectos populacionais, questões relacionadas à logística de distribuição podem influenciar nos dados utilizados na análise”, diz o pesquisador.

Reforço

Um estudo publicado nesta segunda-feira (20) na versão eletrônica da revista The Lancet Regional Health – Americas indica que se a vacinação contra a Covid-19 de crianças não for iniciada ainda em janeiro de 2022, os casos da doença podem aumentar de forma significativa já em fevereiro, quando o ano escolar será retomado.

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Como consequência, as internações pela doença e as mortes podem se manter nos mesmos níveis de 2020 e 2021 ou até piorarem.

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