São Paulo recomenda reduzir em 30% público de grandes eventos
Governo do estado anunciou ainda 2 milhões de testes rápidos e início do pré-cadastro de crianças na plataforma Vacina Já
O governador João Doria (PSDB) falou nesta quarta-feira (12) sobre o avanço da Covid-19 no estado de São Paulo. A principal recomendação do Comitê Científico às prefeituras é a de redução de 30% na quantidade de público em eventos culturais e esportivos. No caso de jogos de futebol, a medida é obrigatória.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, em que foram detalhadas medidas que estão sendo adotadas para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus no estado.
+ Uso obrigatório de máscaras é prorrogado até o dia 31 de março
No início da coletiva, Doria afirmou se tratar de uma recomendação. Ao complementar a sua fala, o médico João Gabbardo, chefe do comitê científico de Doria, afirmou que não se tratar de uma determinação porque cada município tem uma realidade diferente. Segundo explicou, dependendo da situação epidemiológica do município, o porcentual poderia ser aumentado.
Momentos depois, quase no final da entrevista coletiva, Doria disse que a redução de público deveria ocorrer de forma obrigatória para eventos esportivos, sobretudo as partidas do Campeonato Paulista de Futebol, com início previsto no dia 23 de janeiro próximo. Entretanto, a medida não vale para Copa São Paulo de Futebol Júnior, a Copinha, por, segundo Doria, reunir uma quantidade menor de espectadores.
A restrição em estádios de futebol já havia sido solicitada por prefeitos do ABC ontem, terça-feira (11).
Segundo Doria e integrantes do governo estadual, as restrições não seriam impostas a eventos culturais e artísticos, por ser esta uma determinação das prefeituras. Ao ser questionado sobre a manutenção do Carnaval no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, Doria usou como exemplo a cidade de Santos, no litoral paulista, que decidiu cancelar os desfiles das escolas de samba.
+Em São Paulo, 80% dos casos de Covid-19 são causados pela Ômicron
Gabbardo, chefe do comitê, orientou ainda que além da redução de público, os organizadores de eventos também intensifiquem a obrigatoriedade do uso de máscaras, disponibilidade de álcool em gel, exigência do comprovante de vacinação, e, se possível, testes.
Outras medidas
As medidas foram anunciadas ante ao avanço da doença. Dados apresentados pelo secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, indica um incremento diário de 7% na ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Nas últimas duas semanas, houve aumento de 58% na ocupação de leitos de UTI devido a Covid-19, passando de 1 096 para 1727. A ocupação dos leitos de enfermaria quase dobrou, indo de 1 712 para 3 413.
A aquisição custou R$ 12 milhões e todos eles estarão disponíveis até fevereiro. Eles são chamados de testes rápidos e o resultado sai em 15 minutos. Além desse lote, o governo estadual também solicitou ao Ministério da Saúde o envio de mais 2,5 milhões de testes extras para a distribuição às prefeituras.
“Testar é um guia para o controle da pandemia”, disse Gorinchteyn.
Além da redução de público, foram anunciados 2 milhões de testes rápidos para Covid-19 e início do pré-cadastro de crianças de 5 anos a 11 anos no site Vacina Já.
Em relação a vacinação das crianças, o governo estadual informou que dará prioridade para aquelas com comorbidades.
+Medo de trote atrapalha pesquisa da CoronaVac em Campinas