Instituto de Arte Contemporânea abre primeira mostra em novo espaço
Trinta obras abordam a passagem da figuração para a abstração na arte brasileira
Despejado pela USP de sua antiga sede, na Rua Maria Antônia, após uma crise iniciada há um ano, o Instituto de Arte Contemporânea enfim ganha novo espaço. Instalada no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, na Vila Mariana, a instituição abre sua primeira mostra. “Brasil: Figuração x Abstração no Final dos Anos 40” reúne trinta obras de quinze artistas, além de ampla documentação histórica. A montagem parte de uma alusão à exposição inaugural do MAM, organizada em 1949 pelo crítico belga León Degand e intitulada “Do Figurativismo ao Abstracionismo”. Polêmicas e ruidosas, as discussões desenroladas no eixo Rio-São Paulo pelo evento culminariam pouco tempo depois na Bienal, no concretismo e no neoconcretismo.
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Segundo a curadora Glória Ferreira, a ideia é “investigar um momento de transição estética”. Naquela fase, nomes influentes, a exemplo de Antonio Bandeira e Cícero Dias, abandonavam as imagens mais reconhecíveis. Di Cavalcanti, por sua vez, defendia a função social da arte contra aquilo que considerava um mero formalismo. “Tudo estava meio movediço, as pessoas procuravam em vão uma resposta definitiva”, diz Glória.
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A coletiva aposta em pinturas de pioneiros abstratos como Waldemar Cordeiro, Samson Flexor, Lothar Charoux e Luiz Sacilotto, mestres no arranjo de cores e composições geométricas. Para ampliar a contextualização do debate, foram incluídas referências de outros suportes. Caso do muralismo de Paulo Werneck, do paisagismo de Burle Marx e da fotografia de Geraldo de Barros e Thomaz Farkas.