Epice tem menu contemporâneo preparado com competência
Chef Alberto Landgraf esmera-se em tudo, dos itens do couvert aos petits-fours do café
É raro um restaurante ter um início tão notável quanto o do Epice, aberto em março. O pequeno endereço, uma associação do chef Alberto Landgraf aos jovens empresários Pedro Keese de Castro e Lara Aboul Ezze Ddine, acumula êxitos no menu contemporâneo. Antes de assumir sua primeira titularidade dos fogões, aos 31 anos, Landgraf teve uma passagem pela Europa, onde trabalhou por um breve período com dois cozinheiros estrelados — Pierre Gagnaire, em Paris, e Gordon Ramsay, em Londres. Na volta a São Paulo, gerenciou os cardápios dos bares Pirajá, Astor e Original. Aqui, esmera-se em preparar tudo, dos itens do couvert aos petits-fours do café.
Entre as opções de entrada, encanta o carpaccio de beterraba assada usado para recobrir tenros mexilhões (R$ 21,00). Causa o mesmo entusiasmo a charcuterie (R$ 30,00, para dois), composta da terrine e da rillette suínas, do ótimo pé de porco frito, das fatias de peito de pato curado e da musse de foie gras, tudo guarnecido de maionese de couve-flor, chutney de cebola-roxa e pão cortado em lâminas.
Um dos pratos mais atraentes, o polvo (R$ 54,00) cozido em baixa temperatura ganha a companhia de batata na manteiga, tomate confit, vinagrete de jerez, pinhole e catalônia crua. Igualmente bom, o peito de pato recebe a escolta de lentilha de Puy, cebola caramelada e couve desidratada (R$ 56,00).
Houve uma derrapada, porém, no serviço de vinhos. O responsável não soube explicar o único exemplar húngaro da casa, apresentado como encorpado. Tratava-se de um corte de merlot e pinot noir leve e adocidado, mais adequado à sobremesa. Uma tentação doce para arrematar: o ravióli de abacaxi recheado de musse da própria fruta, sorbet mais fatias de abacaxi desidratadas sobre musse de coco (R$ 15,00). Em atitude simpática, a água filtrada servida na mesa é cortesia.
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