Três perguntas para Zezé Polessa
A atriz carioca divide o palco com o ex-marido, o ator Daniel Dantas, no drama <em>Quem Tem Medo de Virginia Woolf?</em>, que estreia na sexta (25) no Teatro Raul Cortez
Há algum peso ao enfrentar um papel já defendido por Cacilda Becker, Tônia Carrero e Marieta Severo? Quando o diretor Victor Garcia Peralta sugeriu o texto, pedi para ler o original imediatamente porque não o conhecia. Então não carreguei referências. Eu me encantei com a dramaturgia, aquela história pesada, muito mais do que com os personagens. Não sou o tipo de atriz que sonha com determinados papéis.
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Nem mesmo com uma Lady Macbeth, de Shakespeare? Imagina… Nem considero a Lady Macbeth uma personagem tão maravilhosa assim. Os trabalhos aparecem em determinados momentos da nossa carreira e se encaixam da melhor forma. Eu li há pouco uma novela linda da Adélia Prado, Quero Minha Mãe, e penso que poderia levá-la ao cinema, por exemplo. Mas não vou morrer frustrada se não fizer isso ou aquilo. Sonho com outras coisas, em conduzir a minha vida em um conjunto legal.
Ter sido casada com Daniel Dantas favorece a relação de vocês em cena? Eu não queria o Daniel inicialmente. Convidei outros atores. O José Wilker, inclusive, começou a ensaiar, mas precisou sair por causa de um chamado da televisão. Imaginei que seria penoso para nós dois, separados há vinte anos, interpretar um casal que passa o tempo inteiro brigando e se ofendendo. Mas foi o nosso filho, João Polessa Dantas, de 32 anos, quem fez a tradução do texto. Quando ele acabou, eu, uma mãe orgulhosa, mostrei para o Daniel. Ele leu como ator, e não como pai (risos), e quis fazer de qualquer jeito. Durante os ensaios, enfrentamos um verdadeiro psicodrama, revendo situações que poderiam ser associadas ao nosso passado, e foram necessários uns três meses para relaxar.