O melhor roteiro para conhecer as galerias da Vila Madalena
O bairro oferece o melhor da arte contemporânea: confira os melhores trajetos para fazer a pé
A partir do horário de happy hour e aos finais de semana, a Vila Madalena fica repleta de boêmios que enchem os bares e restaurantes da região. Outro grupo de pessoas bate ponto no bairro num horário diferente: de segunda a sexta, entre 10h e 19h, e aos sábados pela manhã. São os amantes das artes, que visitam as dezenas de galerias espalhadas pelas redondezas. Ao lado dos Jardins, a Vila é, por excelência, o local onde estão localizadas as melhores galerias do Brasil.
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Para aproveitar melhor, a dica é passear a pé. É possível conhecer três ou quatro espaços batendo pernas pelas suas ruazinhas e, de quebra, parar para tomar um café ou se aventurar nas lojinhas descoladas. Lembre-se: as galerias podem ter suas portas fechadas, mas não se intimide se tiver que tocar a campainha. Trata-se apenas de uma questão de segurança, uma vez que esses espaços são, também, locais de venda de obras. Visitantes são sempre bem-vindos – mesmo que a intenção só seja passar para dar uma espiada no que há por ali.
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Veja abaixo um guia das melhores galerias do bairro, e as exposições que estão em cartaz.
Comece pela Rua Fradique Coutinho. O quarteirão entre as ruas Purpurina e Wisard têm quatro galerias em uma mesma calçada. Se você tiver pique suficiente para passar pelas quatro (no mínimo dez minutos e, no máximo, meia hora, são necessários para cada mostra), saiba que terá visto um bom panorama da arte contemporânea.
Na Fortes Vilaça, localizada no número 1500, da Fradique Coutinho, estão expostas obras do artista britânico Simon Evans, que se utiliza da tecelagem para produzir seus trabalhos. Até tapetes de yoga são matéria-prima de uma de suas obras.
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A dez passos desta galeria está a Blau Projects, espaço agradável, que chama pelo jardim e música em sua entrada. O local tem pouco mais de dois anos e é comandado por Juliana Blau, de apenas 27 anos. Em uma mistura de originalidade com um trabalho minucioso, ela já tornou a galeria em um espaço de referência. Hoje, a mostra do também jovem Bruno Drolshagen (ele tem 28 anos) reúne trinta pinturas e seis esculturas.
Um pouco mais para baixo, nos números 1360 e 1416, estão as galerias Millan, e a recém inaugurada Anexo Millan. Fundada em 1986, é uma das mais importantes do Brasil e representa artistas renomados como Dudi Maia Rosa, Lenora de Barros, Miguel Rio Branco e Nelson Felix. No último mês, a Millan inaugurou um espaço complementar, com a mostra do paulista Paulo Pasta.
De lá, o destino é a Galeria Raquel Arnaud, na Rua Fidalga, 125. Com quase quarenta anos de existência, é uma das mais antigas – e renomadas – do país. Quem passar poa ali, pode ver a mostra do artista Arthur Luiz Piza, que complementa a mostra da Estação Pinacoteca, que apresenta as gravuras do artista. Na galeria, são reunidadas pinturas, esculturas e desenhos.
Em apenas dois ou três minutos, chegue na Galeria Bolsa de Arte, na Rua Mourato Coelho, 790. Originária de Porto Alegre, inaugurou seu espaço na cidade no ano passado e já mostrou a que veio com a exposição em cartaz Jogando com Ben Patterson. Representante do grupo alemão Fluxus, o artista tem suas obras expostas ao lado de outros brasileiros simpatizantes do mesmo movimento.
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Outra opção é caminhar até as Galeria Eduardo Fernandes, e Fass, mais próximas da Rua Fradique Coutinho. Localizada na Rua Hamonia, 145, a Eduardo Fernandes abre sua próxima exposição no dia 16: a ideia é apresentar edições de artistas como Daisy Xavier e Rogerio Medeiros. Na Galeria Fass, na Rua Rodésia, número 26, Francisco Moreira da Costa apresenta uma série de daguerreótipos. O processo fundador da fotografia é praticado no Brasil apenas pelo carioca e a paulistana Cris Bierrenbach.